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Reservatório do Descoberto atinge menor volume desde dezembro de 2018

Com 108 dias sem chuva, volume do Descoberto chegou a 79,5% nesta quinta-feira (19/9)

Após quase dez meses acima de 80%, o volume do reservatório do Descoberto chegou a 79,5% nesta quinta-feira (19/9) e atingiu a menor marca desde 25 de novembro de 2018, quando registrou nível de 78,9%. A baixa era esperada, visto que o Distrito Federal já atinge a marca de 108 dias sem chuva.

A Barragem do Descoberto atende a 60% da população da capital e a tendência é que o volume do reservatório continue abaixando. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão para a volta da chuva. Nas últimas semanas, a queda diária do volume tem sido entre 0,1% e 0,2%. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) realiza a medição do nível diariamente as 11h.

A Adasa, contudo, diz que as baixas não são preocupantes. Segundo Jorge Werneck, diretor da agência, para o fim de setembro o esperado era um nível de 55%. "É uma grande vitória para nós estarmos com um nível tão bom em um período tão crítico como esse", afirmou.

O volume é positivo e ;bem diferente; das marcas dos últimos três anos para este período, de acordo com o diretor. Entre 16 de janeiro de 2017 e 15 de junho de 2018, o brasiliense vivenciou o racionamento de água em todo o DF, em razão do baixo nível dos reservatórios. Neste periódo, o Descoberto chegou a marca histórica de 5,3% da capacidade total. Já o reservatório de Santa Maria chegou a 21,9%.

Rios em baixa


Jorge Werneck destacou que a população atendida pelo sistema do Descoberto e do reservatório de Santa Maria, que está com 92,9% da capacidade, não precisa se preocupar. Contudo, a situação não é mesma para a parte da população do DF que não é atendida pelos reservatórios, mas sim que capta a água diretamente dos rios, os chamados ;sistemas isolados;. Esse é o caso das regiões de Sobradinho, Planaltina, Brazlândia e São Sebastião.

"Os rios ainda não conseguiram se recuperar completamente por conta das poucas chuvas nos últimos três anos", explicou. A estiagem também contribui para um cenário mais preocupante. Ele informou ainda que a Adasa e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) estão tomando as "medidas de gestão" necessárias para garantir o controle do quadro. "Recomendamos que as pessoas dessas áreas mantenham suas caixas d;água em condições adequadas e que usem a água com muita parcimônia", acrescentou.