A live desta semana do Especial Enem do Correio trouxe dicas para a prova de ciências humanas. Na tarde de ontem, os professores Paulo Macedo (geografia) e Isaac Marra (história), do Sigma, resolveram o banco de questões do suplemento e ressaltaram: o exame deve vir com o conteúdo de costume, mas sob abordagem sem maiores polêmicas.
Segundo eles, declarações recentes do novo comando do Ministério da Educação (MEC) apontam para essa direção. ;Houve uma mudança de governo dentro do MEC e na elaboração das questões. O próprio presidente disse que os temas sobre minorias não merecem, segundo ele, serem colocados na prova;, diz Paulo Luiz. ;Então, esperamos da prova algo mais teórico, e a dica é entender o conteúdo estrito, aprimorando a leitura e a interpretação de texto.;
Mais que isso, eles ressaltaram que nunca foi uma tradição do exame optar por qualquer viés político. ;Não temos histórico de questões políticas em termos partidários. Temas desta ordem trazem aqueles que apoiam e os que não apoiam, e esse viés abre janelas para pedidos de recursos. Esperamos sempre que seja cobrado o que é científico;, pontua Paulo Luiz. Isaac Marra acrescenta: ;Em história, a ideia é se afastar de temas que protagonizem discórdias entre teóricos da disciplina;.
Geografia
Na geografia do Enem, cabe aos candidatos esquecerem as questões do tipo ;decoreba;, na definição de Paulo Luiz. ;Não é saber o estado, capital, continente e nome de rio. O conteúdo é carregado da geografia em sua essência, como cartografia e geopolítica. Esta vem junto ao conteúdo de história, em temas como a Segunda Guerra Mundial.;
Em geografia física, a interdisciplinaridade se estende à biologia, filosofia, linguagens e até redação. ;Urbanização, ambiente e economia permeam outras áreas. Podem vir em dissertação sobre administração urbana ou presença de doenças na Europa e no Brasil, onde ressurgiram crises de sarampo e poliomielite. São assuntos que estão sendo retomados, e o aluno precisa estar atento.;
História
Em sua disciplina, o professor Isaac Marra destaca o processo político do Brasil no Segundo Reinado, cujo chamado sistema de ;parlamentarismo às avessas; confunde os secundaristas. ;Observo que é uma das grandes dificuldades do aluno em entender a distinção entre sistema político e governo. Essa foi a primeira experiência do modelo no país e, portanto, é um período importante a ser fixado.;
A essa altura, com menos de dois meses para a prova, o docente diz que é preciso rever as edições anteriores do exame. ;A principal diretriz para o aluno, nesta reta final, é focar na resolução de exercícios;, sintetiza Issac. ;Provar, com eles, a sua percepção de tempo, competência, leitura e interpretação de textos. Não só os escritos, mas os não verbais também, que surgem muito na prova;, finaliza.