Que ninguém se engane: a sociedade acompanha atentamente cada lance dessa trama, que tem como objetivo destruir o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Os dois são os principais ícones da força-tarefa que desvendou o maior esquema de corrupção de que se tem notícia no mundo. Só da Petrobras, apontam investigações, roubaram R$ 40 bilhões. Mas o saque aos cofres públicos foi generalizado, estendeu-se a outras estatais e ministérios. Não é à toa que o país foi completamente devastado, com serviços públicos sucateados, milhares de empresas quebradas e milhões de desempregados, situação que persiste até hoje. Roubavam como se não houvesse amanhã. Não é tarefa simples sair de uma crise dessas.
Além de desbaratar a quadrilha, a Lava-Jato fez algo inédito: acabou com a impunidade de bandidos de colarinho-branco, até então intocáveis no Brasil. Por isso, é tão difícil entender a estranha euforia que tomou conta de alguns com os diálogos obtidos por cibercriminosos, a maioria fofocas, editados fora de contexto para dar a impressão de que Moro e Dallagnol foram mais duros do que deviam ; é isso que se depreende do que foi publicado até agora ; com os pobres bandidos que nos condenaram à crise ética e financeira que o país vive hoje. Falta, também, saber quem pagou pelo ataque dos hackers, que antes agiam como ladrões de galinha cibernéticos e, não mais que de repente, decidiram entrar para a seita dos ;guerreiros do povo brasileiro;.
Apesar de o Febeapá de Bolsonaro e de filhos dominar as atenções diárias no país, ações do Ministério da Economia para destravar o ambiente de negócios e, sobretudo, a disposição de Maia e Alcolumbre de levar adiante as reformas já se traduzem em sinais positivos no horizonte. Há quem não enxergue. Mas economistas, investidores e empresários mais atentos já vislumbram a mudança e a creditam, principalmente, à atuação de Maia, que até aqui desempenha papel semelhante ao de um primeiro-ministro. Ceder ao PT e a seus satélites amestrados dará holofotes a uma oposição hoje inexistente, pode travar as reformas, antecipar as eleições municipais de 2020 e transformar Maia na Geni de futuras manifestações em frente ao Congresso.