Jornal Correio Braziliense

Cidades

DF tem 43 mortes registradas

Secretaria de Saúde registra mais de 41 mil casos prováveis da doença. Até agosto, incidência foi de 1.340,5 por 100 mil habitantes

O avanço da dengue continua no Distrito Federal e bate registro histórico de enfermos. Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, divulgado ontem, 43 pessoas morreram vítimas da doença. Até 31 de agosto, a pasta registrou 41.572 casos prováveis. Em todo o ano passado, apenas uma pessoa morreu e 2,4 mil casos foram notificados.

De janeiro a agosto, o GDF registrou 1.340,5 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 2.381,48% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a incidência ficou em 54 casos por 100 mil habitantes. As cidades com mais ocorrências são Planaltina (5.119), Ceilândia (4.063) e Paranoá (2.917).

Na casa da bióloga Lara Carneiro, 25 anos, três pessoas foram acometidas pela doença. ;Em abril, a minha mãe pegou. Mais ou menos uma semana depois, foi a minha vez e depois de mais duas semanas, o meu irmão também teve;, recorda. Ela nunca havia sido infectada, mas agora sabe o que é sentir dor no corpo todo, especialmente nas juntas. ;Não conseguia dobrar as pernas e braços. No segundo dia, fiquei prostrada na cama.; A mãe de Lara, por outro lado, contraiu a doença pela terceira vez.

;Sempre tomamos muito cuidado com água parada, mas a gente imagina que possa ter sido algo na praça ou na vizinhança, porque muita gente teve dengue na região;, afirma Lara, que é moradora do Guará.

Dados do Ministério da Saúde mostram ainda que, de janeiro a 24 de agosto, o Distrito Federal foi, proporcionalmente, a quinta unidade da federação com maior incidência de dengue, ficando atrás apenas de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. A média nacional é de 690,4/100 mil habitantes.

O médico infectologista do Hospital Brasília, André Bon, afirma que o fato de a doença ser cíclica ajuda a explicar o aumento do número de casos em 2019. ;A gente passa um período sem muitas ocorrências, então isso gera um bolsão de pessoas que não têm imunidade;. Segundo ele, é possível que, para os próximos anos, as taxas diminuam. ;Dados os grandes números de agora, podemos ter uma grande quantidade de pessoas imunizadas. Ainda assim, precisamos estar preparados;, alerta.