Ágatha Gonzaga
postado em 13/09/2019 06:00
Em 12 setembro de 1902, nascia, em Minas Gerais, Juscelino Kubitschek de Oliveira, o visionário que acreditava ser possível fazer o Brasil crescer ;50 anos em cinco;. Esse era o lema de seu governo (1956-1961), que era pautado por um detalhado plano de metas para alcançar o progresso de cinco décadas de gestão dentro de um único mandato. Entre os objetivos estava a construção de Brasília, a nova capital federal, no meio do Planalto Central, uma ideia que havia nascido antes mesmo de JK, mas que nunca fora concretizada.
O nascimento do presidente visionário foi celebrado nesta quinta-feira (12/9) em cerimônias oficiais em várias instâncias de governo. Senadores, familiares e comunidade se reuniram em dois momentos para comemorar os 117 anos do nascimento do ex-presidente. Durante a manhã, a população teve acesso gratuito ao Memorial JK e pôde participar de uma celebração com com a presença do governador Ibaneis Rocha (MDB). Durante a tarde, as homenagens ocorreram no Senado Federal, em sessão solene proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em memória do ex-presidente.
O empresário e vice-presidente do Memorial JK, Paulo Octávio, esteve presente nos dois eventos e falou sobre a importância das obras de JK não só para Brasília, como também para o restante do país. ;Nós, brasilienses, temos que perpetuar essa história e mostrar que tudo é possível quando se tem vontade, determinação, coragem, entendimento, democracia; Esse legado não pode ser esquecido. Por isso que no Senado nesta sexta-feira (13/9), nesta sessão solene, com a participação de vários senadores de vários estados brasileiros, foram feitos discursos tão emocionados. Então não foi um homem que só fez Brasília, foi um homem que mudou o Brasil, e isso tem que ser homenageado, tem que ser reverenciado e tem que ser enaltecido todo o tempo;.
Com a palavra, o senador Reguffe (PODEMOS) reforçou a necessidade de se aprender e de se colcar em prática as estratégias de governo de JK. ;Juscelino teve uma visão de interiorizar o desenvolvimento deste país. Uma visão que falta hoje na política, uma visão de um homem público com a grandeza que os homens públicos deveriam ter. As pessoas sempre dizem pra mim: ;Mas Reguffe, com um mandato só ninguém consegue fazer nada num governo;, e aí eu respondo: Juscelino Kubitschek conseguiu. Ele teve uma visão que hoje está tão em falta na política brasileira;, concluiu.
Guilherme Machado, vice-presidente executivo do Correio Braziliense, enfatizou a importância da homenagem e relembrou a conexão direta do jornalismo com a maior obra de Juscelino Kubitschek: Brasília. ;Juscelino é um típico visionário, vê o futuro e faz. Se ele fosse pensar em todas as barreiras para se construir uma cidade no meio do cerrado, nós não estaríamos aqui agora. Nós, dos Diários Associados, estamos intimamente ligados a essa linha histórica, porque também fizemos a criação de uma rede de comunicação de 50 anos dentro de cinco anos;, relembrou.
A promessa de criação de um periódico na capital federal nasce de um compromisso firmado na tarde de 13 de setembro de 1959, quando foi instalada a pedra fundamental do primeiro veículo de comunicação originalmente brasiliense. ;Nosso fundador, Assis Chateaubriand, fez uma promessa a Juscelino de que, assim que fosse feita a transferência da capital para o Distrito Federal, seria inaugurada uma estação de televisão e um jornal impresso. Ou seja, a cidade vai completar 60 anos, e o Correio Braziliense e a TV Brasília também completam também 60 anos. Então hoje, a importância desses veículos no cenário nacional se equivale à importância de Brasília;, destacou Guilherme Machado.
Memórias do Brasil 1956
A data também serviu para marcar o lançamento do livro Memórias do Brasil 1956, o primeiro de uma série de cinco publicações, impressas pelo Senado, com os discursos proferidos por JK durante a presidência da República.
O projeto é desenvolvido pelo Memorial JK e traz a trajetória enfrentada por Juscelino em um momento político complicado, marcado pelo período que se seguiu à morte de Getúlio Vargas. O livro deve esmiuçar as 31 metas traçadas pelo presidente, das quais eram prioritárias as áreas de energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação.
Celebridades
Nem Juscelino Kubitschek resistiu aos flashes aos e encontrar com o ator Marlon Brando. O momento em que os dois se conheceram foi registrado, e a foto está exposta no segundo andar do Memorial JK.
A imagem foi feita em 1961, no set de gravação de O grande motim. Brando aparece usando o figurino do tenente imediato Fletcher Christian, seu personagem no filme. O encontro do ator com o presidente brasileiro ocorreu durante uma viagem de descanso de JK a Los Angeles, nos Estados Unidos.
A cena está disponível para o público na exposição permanente JK e Personalidades, na qual é possível ver Juscelino ao lado de outros famosos, como a atriz norte-americana Kim Novak, o apresentador Chacrinha e a princesa italiana Ira de Furstenberg. Os registros também estão no site www.memorialjk.com.br.