Cerca de 22 mil carros passam todos os dias na intersecção da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) com o Sudoeste e o Parque da Cidade, o que gera engarrafamentos constantes em horários de pico na capital. O problema é antigo e teve promessas de solução ao longo dos anos para a construção de um viaduto no local. Agora, o lançamento da licitação para as obras, pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), marcado para 10 de outubro, promete reduzir o estresse dos engarrafamentos. A expectativa da Secretaria de Obras é de que os trabalhos comecem entre dezembro deste ano e janeiro de 2020, com prazo de término no início de 2021. O custo está orçado em R$ 21,4 milhões.
A construção do viaduto tem como objetivo retirar os semáforos que interferem no fluxo de veículos. Os sinais que mais provocam lentidão são os que ficam na passagem de pedestres em frente ao Complexo da Polícia Civil e em frente à saída de carros do Parque da Cidade. Além da retirada deles, as obras também preveem trevos subterrâneos na Epig. Quem estiver no parque a caminho para Taguatinga, passará por baixo da Epig, por exemplo.
[SAIBAMAIS]Para o assessor especial da Secretaria de Obras, Maurício Canovas, o viaduto é parte importante dos esforços para reduzir o gargalo do trânsito na região. ;É uma obra fundamental para a fluidez e segurança do trânsito, tanto para veículos como para o pedestre. Quando estiver tudo concluído, a expectativa é de que acabe o engarrafamento do Parque da Cidade e que o usuário do transporte coletivo tenha uma economia de aproximadamente 30 minutos em média, saindo de Ceilândia e chegando ao Plano Piloto, por exemplo;, detalhou. O edital é da modalidade de concorrência pública. As empresas aptas a concorrer podem realizar questionamentos a respeito de detalhes da obra, o que pode prolongar os prazos inicialmente previstos.
Um ano de obras
A construção do viaduto deve durar cerca de 12 meses. Para que esse período não gere grandes transtornos, foram feitos estudos de impacto no trânsito. ;Durante a obra, prevemos um desvio na região como se fosse uma grande rotatória, com semáforo, mantendo as três faixas de tráfego que existem em cada sentido. Tentamos minimizar ao máximo a interferência das obras, mas sempre há um prejuízo no trânsito;, explica Maurício. O viaduto faz parte do Corredor Oeste, uma via de ligação entre o Sol Nascente e o Plano Piloto que passa por Taguatinga e tem como objetivo diminuir o tempo do trajeto de quem mora nas Regiões Administrativas e trabalha no centro de Brasília. Ao todo, o corredor tem 38,7 quilômetros de extensão e custará cerca R$ 750 milhões.
Em 2014, também foi publicado um edital de licitação para a construção do viaduto, mas ele foi questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por ciclistas. Nesses últimos cinco anos, várias reuniões foram realizadas entre a Secretaria de Obras e Organizações Não Governamentais (ONGs) como a Rodas da Paz. De acordo com a secretaria, ficou acordado que as ciclovias não seriam previstas no canteiro central, mas, sim, pela lateral da via Epig. ;Acertamos com os ciclistas que faríamos intervenções a partir das ciclovias existentes. Temos projetos para intervenção que vão interligar a Asa Sul, à Epig, ao Sudoeste e à Octogonal. E, por consequência, a EPTG;, concluiu Canovas.
R$ 21,4 milhões
Valor da licitação para construir o viaduto