Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, será levado à 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), hoje, para ser reconhecido por duas supostas vítimas. As mulheres, de 17 e 43 anos, acusam o cozinheiro de estupro. Também está previsto para sair hoje os laudos da morte de Letícia Sousa Curado, 26. As análises são do corpo da vítima, da Blazer cinza do assassino confesso e do local onde a advogada foi encontrada. Os exames indicarão se a advogada sofreu violência sexual.
No reconhecimento de hoje, Marinésio será colocado em uma sala espelhada com outros homens. Ele não conseguirá ver as vítimas durante o procedimento. Caso as mulheres o identifiquem oficialmente, ele responderá formalmente pelos crimes de estupro da adolescente e da copeira de 43 anos. Os casos ocorreram em 2018 e 2017, respectivamente. Agentes da 6; DP devem pedir esclarecimentos ao suspeito sobre os supostos delitos.
Após os procedimentos legais, o cozinheiro será encaminhado novamente ao Departamento de Custódia e Controle de Presos (DCCP), no Complexo da Polícia Civil, no Parque da Cidade. Ele está detido temporariamente no local desde 31 de agosto, quando foi identificado como o assassino de Letícia.
Marinésio deverá ser encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda quando a Justiça converter a prisão em preventiva. Até lá, Marinésio prestará esclarecimentos sobre inquéritos em andamento, além de casos os quais foram reabertos pela Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS).
O cozinheiro é indicado como possível criminoso em cinco desaparecimentos de mulheres, em análise na DRS (veja quadro). Investigadores da delegacia especializada passaram a apurar o envolvimento dele nos casos pela forma como as vítimas desapareceram. Quatro delas foram vistas pela última vez em paradas de ônibus. A última estava em um posto de gasolina.
Os resultados dos laudos do caso Letícia Curado auxiliarão a polícia na identificação de possíveis vítimas de Marinésio. O material genético dele será cruzado com o banco de dados de mulheres violentadas na capital federal. Assim, será possível imputar o cozinheiro como autor em outros crimes.
Reabertura de casos
Reabertura de casos
; Desaparecimento da empregada doméstica Gisvania Pereira dos Santos, 33 anos, em 6 de outubro de 2018. Marinésio poderá ser indiciado como sequestrador dela. Gisvania nunca apareceu.
; Morte da adolescente Carolina Macedo Santos, 15, encontrada morta no Lago Paranoá, em 17 de maio do ano passado. À época, policiais concluíram que a garota havia cometido suicídio. Contudo, o laudo cadavérico indicou sinais de asfixia. A vítima era amiga da filha de Marinésio e vizinha da família dele.
; Fabiana Santana Alves, que desapareceu em 2013. Ela havia saído da Estrutural e foi ao Itapoã visitar a casa de um irmão. Para chegar ao destino final, ela teria entrado em um veículo que se identificou como motorista de transporte pirata.
; Vanessa da Silva Cardoso. Ela saiu de Planaltina para uma entrevista de emprego no Plano Piloto e nunca mais foi vista. Também há indícios de que ela tenha entrado em um veículo que faz transporte pirata, em 2013.
; Antônia Rosa Rodrigues Amaro, 47, saiu de casa para o serviço e desembarcou no Lago Sul. Quando chegou à parada de ônibus, precisava andar 1,5 km para chegar ao condomínio onde trabalhava. No entanto, teria, como de costume, entrado em um veículo que fazia transporte pirata. O corpo dela foi encontrado um ano depois, em um córrego do Paranoá. O caso ocorreu em 2015.