O que era para ser um domingo de lazer terminou em tragédia para a assistente social Pedrolina Silva, 50 anos, mais conhecida como Lina. A moradora do Paranoá Parque foi assassinada e o corpo jogado em um matagal próximo ao Lago Paranoá. Na tarde de ontem, policiais localizaram a vítima em uma área de difícil acesso, de bruços e com as roupas sujas de sangue. A perícia determinará a causa da morte.
No dia do crime, Lina havia combinado de ir a um clube da Asa Sul com uma colega da farmácia em que trabalhava, em Taguatinga. As duas se encontrariam em uma parada de ônibus na L4 Sul, em frente à universidade Unieuro, de onde seguiriam juntas. Às 9h36, Lina enviou uma mensagem de áudio à amiga dizendo que havia chegado. Cerca de seis minutos mais tarde, no entanto, ela foi atacada por um homem.
Câmeras de segurança da faculdade registraram o momento em que o agressor se aproxima correndo e os dois entram em uma luta corporal. Em seguida, ela é arrastada para fora do alcance das imagens. A família registrou boletim de ocorrência e deu início às buscas pelas redes sociais. Por meio de um aplicativo de rastreio, identificaram que a última localização dela havia sido marcada no lago, próximo à parada onde aconteceu o ataque.
O caso, inicialmente investigado como desaparecimento pela 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), fica agora a cargo da 1; DP (Asa Sul). Lina deixa um filho de 28 anos. Ele e outros parentes estiverem na cena do crime, mas, abalados, não quiseram se pronunciar. A advogada Katiana Assunção, 33 anos, trabalhou por cerca de 10 anos com a vítima na Eletronorte, empresa quando ela era funcionária terceirizada. ;Soubemos pela internet do que havia acontecido e estamos todos em choque;, lamentou.
Há dois anos, Lina formou-se em serviço social pela Universidade Católica de Brasília. No trabalho de conclusão de curso, dedicou-se ao tema da violência contra a mulher e desenvolveu uma pesquisa sobre os 11 anos da Lei Maria da Penha. Para a professora Isabel Clavelin, 40 anos, que a acompanhou na jornada, a tragédia é inacreditável.
Ela lembra com carinho da amiga. ;Eu estou devastada. Ela superou tantas dificuldades na vida;, emocionou-se. ;É mais uma selvageria. Não é possível que continuem nos matando assim;, desabafa.