O risco de desabamento de cinco imóveis da Quadra 13 do Setor Oeste do Gama assustou moradores e comerciantes da região. Há cerca de uma semana os imóveis apresentaram rachaduras e algumas paredes começaram a ficar tortas. Na manhã desta segunda-feira (26/8), 10 famílias precisaram abandonar suas casas a pedido do Corpo de Bombeiros e de integrantes da Defesa Civil. Alguns moradores já encontraram um abrigo provisório. Outros ainda estão em busca de um lugar para ficar.
O comerciante Francimar Januário, 61 anos, é dono do bar que fica na esquina da área comercial da Quadra 13. Para ele, o risco de desabamento foi uma surpresa. "Nós dependemos disso (do bar) para tirar nosso sustento. Se o bar precisar ficar fechado por mais dias a gente não sabe o que fazer", disse. A esposa dele, Lucimar Cardoso, 44, está preocupada com os dias sem poder trabalhar. "Temos compromissos e nossas contas não esperam. Estou muito preocupada com o que pode acontecer", afirmou.
A empresária Nair Cruz, 70, é dona de um prédio onde funciona uma igreja no imóvel comercial e três apartamentos alugados. Assim que soube do de desabamento, ela correu para o local. Como mora próximo, no Setor Gráfico do Gama, chegou a tempo de conversar com os bombeiros e receber informações sobre o que pode acontecer.
"Ao mesmo tempo que fico preocupada, fico aliviada por não ter acontecido nada de grave e ninguém ter se ferido. Eu dependo do dinheiro dos aluguéis, mas saber que os inquilinos estão bem me deixa mais tranquila. Agora é esperar o resultado do laudo", declarou a empresária.
De acordo com o tenente-coronel Lopes, da Defesa Civil, um vazamento abriu um buraco no solo e as estruturas afundaram um pouco. "Ainda não sabemos que causou esse vazamento se é uma interligação dos prédios com as residências que ficam atrás. Ainda estamos avaliando. Por enquanto, não identificamos nenhuma trinca em elemento estrutural, como fundação, viga, pilar ou laje", afirmou.
Os imóveis ficarão interditados até os proprietários apresentarem o projeto das obras e começar as reformas. "A manutenção é de responsabilidade deles (proprietários). Eles têm que contratar um engenheiro que deve entrar em contato com a Defesa Civil e apresentar o projeto da obra", explicou o tenente-coronel.
Um dos cinco imóveis está interditado há dois anos. De acordo com a Defesa Civil, foi uma opção do proprietário mantê-lo fechado. "Ele não quis reformar e fez apenas um escoramento. Como os demais prédios têm moradores, o ideal é fazer essas reformas o quanto antes para eles voltarem a seguir a vida normalmente".