Segundo a delegada Ângela Maria dos Santos, chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), as vítimas não prestaram queixa, mas a unidade apura o caso mesmo assim. "Apesar de não termos ninguém identificados, nós estamos empenhados em elucidar o caso", afirma.
Na filmagem, é possível ver os homens e as travestis discutindo. Em determinado momento, os dois vão até um canteiro da pista, onde pegam as estacas e voltam correndo. Um deles acerta o primeiro golpe em uma das travestis. Os dois então gritam "vem, vem". A travesti agredita então joga uma pedra no veículo, que está parado no meio da rua.
Depois disso, o segundo homem agarra a a outra travesti e desfere inúmeras pauladas. Em meio às agressões, ele ainda a arrasta pelos cabelos até um canteiro e só para de espancá-la quando ela desmaia. Em seguida, ele se junta ao parceiro, que já agride a outra vítima. Ela tenta fugir correndo, mas é alcançada. A violência prossegue também com chutes e pisões. Depois, os homens fogem no automóvel.
Delegada quer ouvir as vítimas
A delegada Ângela Maria afirma que espera contar com o depoimento das vítimas. "Pedimos para que elas e possíveis testemunhas nos procurem, pois se trata de um crime grave. Nós damos a certeza da discrição e não vamos divulgar qualquer informação sobre essas pessoas", garante.
"Precisamos do depoimento das vítimas para saber o que ocorreu. Se é um caso de transfobia ou não. O quanto antes elas vierem, melhor será o resultado do exame de corpo de delito do Instituto de Medicina Legal, importante para indiciar os autores", completa.