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Aluno é esfaqueado na porta do CEF 407 de Samambaia, nesta segunda

Segundo informações dos servidores da escola, o crime aconteceu na saída dos alunos, por volta das 12h. Três homens aguardavam o estudante do lado de fora. A escola disse não a militarização no fim de semana

Um aluno de 15 anos do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 407 de Samambaia Norte, foi esfaqueado na porta da escola, no início da tarde desta segunda-feira (19/8). Segundo informações de funcionários que organizavam a saída dos alunos do turno matutino, por volta das 12h, três homens aguardavam a vítima sair na porta da instituição. A escola é uma das que, no sábado, fez uma consulta à comunidade de resultado contrário à militarização.

Alunos que estavam na frente da escola relataram que o pai da vítima esperava por ele. Quando viu o ataque ao filho, o homem o levou ao hospital. "O pai dele ficou desesperado. E pegou ele na hora. Pelo que vimos foi um corte na barriga. Não sabemos se foi grave ou não, mas estamos torcendo para que ele esteja bem", afirmou a funcionária que pediu para ter o nome preservado.
Funcionários com quem a reportagem conversou disseram ter estranhado a presença dos rapazes que atacaram o aluno. "Quando o menino saiu, eles já foram direto em cima dele. Foi uma cena assustadora. Aqui, sempre tem alguma ocorrência de violência, mas hoje foi na presença de vários outros alunos", disse a servidora que não quis se identificar.
O diretor do CEF 407, Rodrigo Soares, afirmou que o aluno foi levado para um hospital particular de Taguatinga e deve passar por cirurgia para que seja avaliado a gravidade dos danos da perfuração. À Polícia Civil, o pai do adolescente disse que um cordão de prata foi roubado durante a ação do trio. A 26; Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) investiga o caso.
Segundo o delegado de plantão da 26;DP, Reginaldo Alves, o crime teria sido motivado por ciúmes. "O autor soube que o adolescente abraçou a namorada dele durante o intervalo e foi tirar satisfação na hora da saída", contou.

A polícia espera o adolescente receber alta do hospital para ouvi-lo e, posteriormente, interrogar as testemunhas que presenciaram a ação do trio. "Talvez a gente tenha que ouvir a namorada do autor também para chegar até ele. Ainda não temos o nome, nem a idade. Estamos no início da investigação. Muita coisa ainda precisa de resposta", afirmou o delegado de plantão.

Militarização

No começo da manhã desta segunda-feira (19/8), pais e alunos protestaram, em frente a escola, pedindo a militarização da unidade de ensino. O movimento aconteceu um dia após a comunidade escolar dizer não a gestão compartilhada com a Polícia Militar.

Na votação de sábado, o resultado foi contrário à medida, com 58,49% dos votantes dizendo não à medida. No entanto, uma análise mais apurada dos dados mostra que 77,55% dos profissionais negaram o modelo, mas, entre pais e estudantes, 60,32% disseram ;sim; à militarização. A outra escola onde houve resultado contrário à gestão compartilhada foi o Gisno, na Asa Norte, onde também houve manifestação nesta segunda, mas contra a adoção do modelo.
"A gente é a favor por causa de situações como essas que aconteceu aqui hoje. Olha o perigo que nossos filhos estão correndo. Se a polícia estiver aqui constantemente pode ser que o cenário mude. Nós estivemos cedo aqui para lutar pela segurança deles, dentro e fora da escola", disse a dona de casa Gabriela Brito, 30, que participou do protesto em frente à escola de Samambaia.

O governador Ibaneis Rocha disse que pretende militarizar as duas escolas, independentemente do resultado das votações. A decisão provocou críticas por parte do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) e deputados distritais.