O último dia do 31; Congresso Nacional da Abrasel (Abrasel) foi marcado pela presença de grandes nomes da gastronomia nacional, tanto nas palestras quanto nas salas de aula. Chefs e empresários aproveitaram o espaço, no Iesb da 613/614 Sul, para falar das tendências do mercado gastronômico, além de abordar novos padrões de consumo. Nos dois dias, o evento atraiu cerca de 3 mil pessoas.
Para o presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci, o congresso foi um sucesso. ;Conseguimos nos superar. Foi um grande avanço a dinâmica com os dois palcos, porque permitiu que os participantes escolhessem a área de interesse. Alguns têm maior interesse em gastronomia, outros, em gestão. Além disso, os palestrantes estão mais engajados com o setor, e isso é fundamental. Para o ano que vem, buscamos ainda mais melhorias;, comentou.
Em uma das palestras, o vice-presidente comercial da Uber Eats, Francisco Simon, falou sobre como a tecnologia vai transformar o mercado. Ele abordou temas como restrições alimentares, o valor dos produtores locais e o crescimento dos serviços de entrega. Sobre a Uber Eats, destacou o tempo e a variedade de formas de entrega. ;Cerca de 60% dos consumidores citam a velocidade de entrega como o fator mais importante na hora de decidir pelo aplicativo a usar;, informou.
Wanderson Medeiros, dono do Picuí, Buffet WGourmet e espaço VIP cinesystem, e Leo Bonoli, da Head Marketing Pequenas e Médias Empresas Facebook Latin America, falaram sobre a importância de dominar as redes sociais para encontrar e aumentar negócios. Já a chef Mara Alcamim, do Restaurante Universal, contou suas experiências como chef de cozinha e dona de restaurante.
Outro caso de sucesso que o congresso destacou foi da Vinícula Salton, por meio da palestra da sua diretora executiva, Luciana Salton. ;Enxerguei que não poderia ficar só com vinhos e espumantes. Começamos a produzir outros produtos, como a vodca, e ficamos atentos ao que o mercado quer;, ressaltou.
Mão na massa
Enquanto nos auditórios grandes nomes do mercado se revezavam em palestras, nas salas de aula, chefs renomados colocavam a mão na massa e ensinavam receitas que atendem a novas demandas do mercado.
Os ingredientes do cerrado apareceram em peso. Nomes como Gil Guimarães, da Baco Pizzaria, Parrilla Burger, Hope Capital e outros três estabelecimentos em São Paulo; Claude Capdeville, da Toca do Chopp; e Lui Veronese, chef consultor; usaram e abusaram dos insumos locais, como buriti, tomates-do-cerrado, cagaita, mangarito e capetinha-do-cerrado.
;Ainda está longe de termos cajuzinho-do-cerrado nas prateleiras dos mercados, mas o cenário melhorou muito. É algo que está evoluindo;, destacou Veronese. Gil Guimarães defendeu o uso de insumos e produtores regionais na gastronomia. ;Os locais que têm grandes gastronomia estão ligados à produção local. O recado é fazer o que você quer produzir, usando os produtos locais.;
Dona de cinco marcas e sete restaurantes, a chef Lídia Nasser participou pela primeira vez de uma aula-show, com um passo a passo de receitas árabes.