Agentes da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) tentam identificar a motivação do assassinato. Após o crime, o acusado fugiu com R$ 200 dela e ainda furtou R$ 600 da mãe. Ele saiu de casa em uma motocicleta Honda Titan 2002 azul. O assassinato ocorreu no início da manhã, enquanto a mãe, o pai e a irmã de Fábio estavam em casa, porém, nenhum deles escutou qualquer pedido de socorro, pois a vítima e o acusado dormiam em quartos no fundo do lote, fora da residência principal. Por volta das 9h, eles estranharam que Maria demorava para acordar e encontraram o corpo. Fábio havia deixado a residência e, pouco tempo depois, ligou para a mãe e disse que ;tinha feito uma besteira e acabado com a própria vida;.
Inicialmente, o crime foi registrado como feminicídio, no entanto, os investigadores adotaram outra linha de investigação. ;Não encontramos elementos suficientes para esse qualificador e descartamos essa hipótese. Agora, o caso é tratado como homicídio;, explicou a delegada-chefe da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), Jane Klébia. A principal suspeita é de que a vítima tenha morrido asfixiada.
O corpo de Maria foi encontrado em cima da cama, com um capacete de motocicleta e uma camiseta enrolada na cabeça. Segundo os agentes, esses objetos podem ter sido usados para asfixiá-la. Além disso, as roupas da vítima foram retiradas e substituídas por uma calça e uma jaqueta de Fábio. ;Ela estava muito machucada e teve parte do cabelo arrancado e jogado pelo quarto. Havia sangue nas paredes dos quartos e do banheiro. Pela crueldade daquela cena, não dá para dizer o que poderia ter motivado o crime;, afirmou Jane.
Apoio
Nascida no Ceará e mãe de dois filhos, Maria morava com o marido, de 73 anos, em uma fazenda no município goiano de Montividiu. O pai de Fábio é irmão do companheiro dela, e as visitas à casa do cunhado ocorriam várias vezes ao ano. ;Era uma pessoa tranquila, querida pela família e vizinhança. Gostava de passar o tempo aqui para se distrair. Todos estamos em choque e não conseguimos acreditar no que aconteceu;, contou um parente, que não quis se identificar.
Após o crime, os pais de Fábio, que são idosos, permaneceram em frente à própria casa. A todo momento, familiares chegavam para dar apoio, mas eles continuavam inexpressivos e conversavam pouco. ;Não tenho o que dizer. A minha esposa está passando mal, e a minha filha, muito abalada. Nessas situações, não se tem o que falar;, disse o pai do suspeito. No início da tarde, ele seguiu a Montividiu para contar ao marido de Maria, seu irmão, sobre a morte dela.
Segundo familiares, Maria e o marido compraram um terreno em Goiás para criar gado, há alguns anos. ;Um dos filhos dela morava no Paranoá. Por isso, ela vinha direto visitá-lo. Até mesmo o Fábio gostava muito da tia, não sei o que pode ter acontecido na cabeça dele;, lamentou outro familiar. O sepultamento da vítima ainda não foi marcado.
Dependência
Os investigadores da Polícia Civil suspeitam que a dependência química de Fábio possa ter sido um dos motivos para o crime. Familiares e amigos dele contaram que o vício começou na adolescência, aos 13 anos. ;Primeiro, veio o álcool e, em seguida, as drogas. Ele sempre deu trabalho para a família, porém, era querido por todos. Até agora, muitos se recusam a acreditar que ele cometeu esse crime;, contou um colega do suspeito.
Sem emprego fixo, Fábio fazia bicos como ajudante de pedreiro e morava em um quarto dos fundos da casa dos pais. Solteiro e sem filhos, ele é conhecido na região. ;A gente tinha conhecimento que ele estava sem usar nada há 3 anos. Porém, pode ter voltado a usar ou sofrido uma crise de abstinência;, contou um parente. O suspeito não tinha passagens pela polícia.
Os envolvidos
A vítima:
Maria Almeida Vale
; Tinha 68 anos
; Nasceu em Boa Viagem (CE)
; Morava de Montividiu (GO)
; Deixou dois filhos e o marido
O suspeito:
Fábio do Vale
; Tem 39 anos
; Nasceu no Distrito Federal
; Morava no Paranoá, na casa dos pais
; Trabalhava como ajudante de pedreiro