Uma amiga próxima de Amanda dos Santos Silva, 15 anos, afirma que a estudante teria sido ameaçada pelo vizinho de 17 anos, na semana em que foi estuprada e morta por ele. Na segunda-feira (29/7), a menina teve que se esconder em casa e pedir ajuda de familiares, enquanto o suspeito agredia o pai dela.
Há três meses o adolescente se mudou para a casa principal do lote onde Amanda morava com o pai cadeirante, Francisco Alves Leitão da Silva, 37. Desde então, o jovem criou uma obsessão pela menina, de acordo com uma amiga dela.
[SAIBAMAIS];Ele chegou a pedir a Amanda em namoro duas vezes, sendo que uma delas para o pai. A Amanda era uma menina muito dócil e compreensiva. Ela explicou para ele que não queria namorar, que estava focada nos estudos e na igreja;, relata a amiga, uma estudante de 17 anos, com exclusividade ao Correio.
Amanda cursava o 1; ano do ensino médio em um colégio municipal de Cristalina, município distante 132km de Brasília. O sonho dela era cursar enfermagem, por conta da experiência de vida como cuidadora do pai, que se tornou deficiente físico há cerca de 10 anos, quando ainda morava com a garota no Maranhão.
;Mesmo com a Amanda e o pai falando não ao namoro, o garoto não desistia. Ele passou a persegui-la, tirar fotos da minha amiga escondido. O estopim foi segunda-feira (29/7), quando ele ficou bêbado e muito violento", conta. "Ele entrou na casa deles, derrubou o pai da Amanda no chão e começou uma série de agressões físicas. Enquanto isso, gritava que a Amanda seria dele e a queria a todo custo, nem que fosse morta;, relembra a amiga.
Ligação escondida
Em desespero, Amanda se escondeu em um corredor da quitinete que dividia com o pai. Jogou alguns lençóis e roupas por cima do corpo, pegou o celular e ligou para a amiga. Ela falou em tom baixo para que o adolescente não a escutasse.
;Ela disse que ele não tinha visto ela chegar da escola, que precisava de ajuda urgente. Foi quando eu, meu marido e o meu cunhado corremos para a casa dela. O menino estava transtornado. Eu vi no rosto dele que as intenções eram as piores;, afirma.
Os amigos tiveram de amarrar o adolescente e acionaram um pastor da igreja que Amanda congregava há cerca de dois anos. O agressor alegou que estava possuído por uma entidade, pediu perdão e garantiu que não repetiria os atos daquela segunda-feira (29/7).
;Tivemos medo, mas nunca imaginamos que o fim da Amanda seria esse. Tomada à força por um homem completamente doente. Ela tinha o sonho de se casar, ter filhos e cantar na igreja. Tudo foi tirado dela em poucas horas. É uma dor impossível de descrever;, lamenta a estudante.