Segundo consta no boletim de ocorrência, Amanda dos Santos Silva foi abordada pelo suspeito quando chegava em casa da escola, na sexta-feira (2/8). O adolescente apreendido morava no mesmo lote que da família da garota. O terreno contém várias residências.
De acordo com o próprio adolescente, em depoimento na Delegacia de Cristalina, a 132km de Brasília, ele afirmou ter consumido um remédio controlado indicado para casos graves de insônia, mas comumente utilizado como alucinógeno. O suspeito disse que aguardou pela garota sentado em uma cadeira, em frente à porta, segurando um facão de 30cm.
Quando Amanda chegou, ele a agarrou e colocou a arma no pescoço dela. Sob ameaça, a vítima entrou na casa onde o jovem morava. Ali, ele a obrigou a consumir a droga e cometeu o estupro. Ele alegou aos investigadores que, a partir desse momento, não se recorda de mais nada.
Gritos de socorro
Como o pai da garota não tinha condições de arrombar a porta, coube a esse vizinho e o irmão dele forçar a porta, que demorou a ser aberta porque o suspeito havia colocado a geladeira para dificultar a entrada.
A testemunha contou, então, que, quando ele e o rimão conseguiram entrar, viram o adolescente em pé segurando a faca ensanguentada. Logo atrás, a vítima estava deitada no chão, ferida. "Nós entramos e, na mesma hora, entrei em luta corporal com ele", contou o vizinho à polícia. "Eu o consegui dominar. Mas eu estava quase sem força, atordoado com a cena e a quantidade de sangue. Foi quando ele conseguiu se desvencilhar e correr, mas o alcancei ainda na rua", prosseguiu.
Uma corda trazida pelo irmão da testemunha foi usada para prender o adolescente até a chegada da polícia, que foi acionada com o Corpo de Bombeiros. Quando os socorristas chegaram, porém, a vítima estava morta. O adolescente foi apreendido em flagrante pelos atos análogos aos crimes de estupro e homicídio.
Ameaça de morte
No local do crime, agentes encontraram uma espécie de "altar" com uma foto de Amanda quando criança. O acusado não disse como conseguiu a fotografia. O pai da garota disse à polícia que o jovem ameaçou ele e um vizinho horas antes dos atos infracionais. Francsico e um vizinho viram o adolescente consumindo uma grande quantidade de álcool e o repreenderam. Nesse momento, o suspeito teria dito que mataria Francisco e Amanda. Horas depois, contou Francisco, ouviu os gritos de socorro da filha.
Amanda é descrita por conhecidos como uma pessoa tranquila e de sorriso fácil, uma garota humilde que ia de casa para a escola, ou para a igreja ; localizada a poucos metros de casa. Os primeiros contatos com o agressor ocorreram quando ele se mudou para o local, há cerca de três meses. Desde então, ele forçou um relacionamento com a menina, que não aceitou as investidas do agressor.