Jornal Correio Braziliense

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Emissão postal completa 176 anos



O Brasil comemora o Dia Nacional do Selo em 1; de agosto. A data marca a primeira emissão postal brasileira, chamada Olho de Boi, que entrou em circulação em 1843. O selo estava disponível em três valores: 30, 60 e 90 réis. O mais caro do país devido à raridade, hoje, um exemplar dele chega a custar R$ 2,3 milhões. O Brasil foi o segundo país a adotar o selo postal, atrás da Inglaterra.

A gerente de filatelia dos Correios, Luciana Ramos, e a analista de pesquisa de filatelia Rosângela Rodrigues explicam que, antigamente, quem pagava pelo envio da correspondência era o destinatário e muitos se negavam a receber o pacote, o que deixava os Correios no prejuízo. ;O selo foi criado como uma estratégia para fazer essa cobrança no envio, mas, depois disso, passou a ser uma ferramenta para disseminar uma mensagem forte de cada país;, esclarece Luciana.

Ao longo dos anos, os selos passaram a ser muito mais que objetos de cobrança. Eles foram evoluindo, trazendo temas diversos, formatos diferentes e técnicas inovadoras. Em 1854, o Brasil ganhou o primeiro selo colorido, em uma só cor, nos valores de 10 e 30 réis. O primeiro selo com cores diferentes, de 300 réis, surgiu em 1878, estampando o rosto de Dom Pedro II. Em 1947 foi a vez do retangular. Em 1974, o país ganhou o primeiro selo em braile e, em 1999, o selo aromatizado, em papel reciclado.

Algumas confecções ganharam reconhecimento internacional, como a quadra de selos Parque Nacional ; Prevenção a Incêndios Florestais, de 2000, que recebeu o Prêmio Internacional Aziago de Arte Filatélica, na categoria Meio Ambiente, na Itália.

Atualmente, os selos são objetos de estudo e artigo de colecionador. Os temas variam, como datas comemorativas, homenagens e características da fauna e da flora. No Brasil, os Correios produzem, em média, 25 temas diferentes por ano. ;O selo deixou de ser apenas uma forma de agregar valor. Hoje, ele tem esse papel de pesquisa. O selo divulga fatos. São temas que retratam a realidade do país;, destaca Luciana Ramos.