Cidades

PCDF desarticula quadrilha especializada em clonagem de placas de veículos

Agentes da polícia civil e do Detran cumprem mais de 20 mandados de prisão, busca e apreensão no DF. Alvos são pessoas que falsificavam placas e lacres de carro

Sarah Peres
postado em 30/07/2019 10:12
A quadrilha vendia as placas clonadas no Distrito Federal, mas também recebiam encomendas de criminosos de outros estados, como Bahia e São Paulo
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Departamento de Trânsito (Detran) prendeu, até a manhã desta terça-feira (30/7), quatro membros de uma quadrilha especializada na clonagem de veículos. Outros 16 foram autuados e liberados pela exploração ilegal de atividade econômica. O grupo revendia placas e lacres falsificados para criminosos e motoristas que não tinham conhecimento do crime. Também são cumpridos mais de 20 mandados de prisões, além de buscas e apreensões na capital federal.

Conforme levantamento da investigação, realizada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), o bando mantinha um sistema de venda dos produtos clonagem pela internet, que atendiam suspeitos de outros estados, como Bahia e São Paulo. No entanto, identificou-se que os acusados tinham lojas físicas clandestinas no Distrito Federal para captar vítimas.

O esquema despertou suspeita de agentes da Corpatri após o crescimento deste tipo de ação no DF. Em 2018, foram 2,8 mil ocorrências de veículos clonados. A falsificação das placas ocorre após o roubo ou furto da propriedade. O objetivo dos suspeitos era comercializar as placas e lacres falsos, mas também revender os automóveis clonados e trocá-los por drogas e armas de fogo.

Levando em consideração os casos, assim como o número de vítima, investigadores conseguiram chegar até uma quadrilha que realizava as clonagens de veículos. O grupo realizava uma ação sofisticada, com a produção de placas e lacres falsos para entrega e troca das originais. Desse modo, também se dificultava a apuração acerca dos roubos e furtos de veículos.
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Os acusados cobravam em média R$ 250 por um kit placa, com contém traseira, dianteira e lacre. Além do comércio divulgado pela internet, alguns dos suspeitos mantinham lojas físicas, fornecendo o produto falsificado para pessoas que não tinham conhecimento da ação criminosa.

Para dar maior materialidade ao inquérito investigativo, agentes da Corpatri se infiltraram em meio à quadrilha, adquirindo uma placa idêntica a do carro do delegado responsável pelo caso, Erick Sallum. ;A compra de placas e troca de lacres somente podem ser feitas pelo trâmite regular determinado pelo órgão de trânsito. Aqueles que adquirem essas placas e lacres irregularmente também poderão ser responsabilizados criminalmente;, adverte o investigador.

Ainda de acordo com a apuração da Corpatri, donos de empresas autorizadas pelo Detran para a venda e emplacamento de veículos também são investigados. Eles são suspeitos de abrirem filiais em regiões administrativas onde não tinham concessão do poder público.

Cerca de 90 policiais civis e 10 agentes do Detran deflagraram a operação, cumprindo os mandados nas regiões administrativas como Taguatinga, Paranoá, Gama, Recanto das Emas, Águas Claras, Plano Piloto e Setor Indústria e Abastecimento (SIA). Os criminosos serão indiciados por uso indevido de símbolo público, adulteração de sinal identificador de veículo, exploração ilegal de atividade econômica e associação criminosa.

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