Lucas fugiu depois do assassinato, mas agentes da 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) o prenderam na terça-feira. Até a noite de desta quarta-feira (24/7), a arma do crime, um revólver calibre .38, não havia sido encontrada. De acordo com Lucas, ela pertencia a traficantes. Em depoimento, ele confessou o crime, mas disse que ;o diabo; foi o responsável pelo disparo. ;É difícil estabelecer uma motivação a partir daí. Do pouco que falou, ele não explicou o que estava fazendo com a arma. Ainda vamos identificar e intimar testemunhas;, comentou o delegado Josué Ribeiro, à frente das investigações.
Joyce morava com a mãe, no Recanto das Emas. Antes, Lucas morava em Águas Lindas (GO). Há cerca de três meses, dividia uma quitinete com um casal de conhecidos, na QSC 19. Ele não tinha ficha criminal e estaria em um relacionamento com a vítima havia cerca de três meses. Para chegar ao autor, a polícia manteve as diligências por cerca de 24 horas. Após o crime, com ajuda do dono da casa, o suspeito teria se escondido em cima do telhado. Contudo, quando investigadores retornaram ao local, no dia seguinte, ele foi surpreendido dentro do imóvel.
O conhecido do autor foi autuado por favorecimento real. Já a mulher do amigo disse não saber que Lucas estava escondido no imóvel, mas confirmou ter ouvido dois disparos. Relatou, ainda, que o suspeito entrou na casa momentos depois do crime, dizendo ter atirado em ;uma menina;. ;Ele (Lucas) contou (em depoimento) que a namorada havia pedido para ele parar de mexer com a arma, quando a apontou em direção a ela (e atirou). A mulher do amigo o mandou ir embora, dizendo que não queria confusão, e todos saíram desesperados atrás dela (da vítima). Ela foi encontrada com vida, mas estava bem mal e não conseguiu falar;, detalhou Josué Ribeiro.
Sem socorro
Lucas costumava chamar um carro para que Joyce o visitasse em Taguatinga Sul, segundo a polícia. Antes do crime, o casal estava junto, sob uma árvore, onde costumavam ficar. Os disparos teriam ocorrido após um desentendimento. O delegado Josué Ribeiro afirmou que não houve relatos de pedidos de socorro dela. O suspeito alegou, em depoimento, que teria pedido socorro antes de se esconder, mas a polícia averiguou que um vizinho acionou o Samu.
O corpo de Joyce foi examinado no Instituto de Medicina Legal (IML) por volta das 12h desta quarta-feira (24/7). O laudo, no entanto, deve ser liberado até 2 de agosto. O suspeito permanece preso na carceragem da Polícia Civil e deve ser ouvido nesta quinta-feira (25/7) por um juiz, em audiência de custódia. O inquérito policial tem previsão de ser concluído em um mês, a depender da decisão judicial. Lucas deve responder pelo crime de feminicídio, cuja pena varia entre 12 e 30 anos de prisão.