O professor de catequese José Antônio Silva, 47 anos, é suspeito de abusar sexualmente de, ao menos, 20 crianças, entre 4 e 12 anos. Segundo a Polícia Civil, o crime vinha ocorrendo há 20 anos, tanto que a maioria das vítimas que o denunciaram têm, hoje, entre 20 e 30 anos. O caso mais recente ocorreu em dezembro de 2018, com uma criança de 4 anos.
Uma mulher de 30 anos foi a primeira vítima a procurar a polícia para denunciar o caso. Aos policiais, ela esclareceu que tinha medo de entregar o homem, pois ele mantinha uma boa relação com a família. Até o momento, cerca de 30 pessoas foram ouvidas. ;Todas nos relataram que ele tinha bastante proximidade com as crianças da região e com os familiares, pois frequentava muitas praças e era bastante conhecido;, diz o delegado adjunto da 4; Delegacia de Polícia (Guará 2), Douglas Fernandes.
Morador da quadra QE 17, do Guará 2, José Antônio trabalhava em uma igreja católica, na QE 34, e dava aulas de futebol numa escolinha da mesma região. Algumas das vítimas eram alunos dele, segundo informa o delegado.
O suspeito morava em uma casa com a então esposa (mas estava em processo de separação) e os atos eram cometidos na própria residência, em uma sala, no andar de cima, de acordo com as denúncias. Em depoimento, a ex-mulher disse que não desconfiava do marido. Para atrair as crianças, o homem dizia que faria apenas uma brincadeira e até oferecia dinheiro em troca de sexo.
Uma das testemunhas ouvidas foi o irmão de José, o que gerou desconfianças da polícia. ;Ele relatou que sempre o orientava e dizia: ;Toin, para de andar com tantos meninos, que você vai se dar mal.; Achamos estranho, e estamos desconfiando de que a família sabia de algo;, destaca o delegado.
Ao saber que seria denunciado, José fugiu e se escondeu na casa de uma das irmãs, no Riacho Fundo 2. Ao chegar ao local, a polícia não encontrou o homem. O delegado suspeita de que algum dos irmãos esteja ajudando no esconderijo. A polícia divulgou a foto do suspeito e decretou o mandado de prisão preventiva. ;Continuaremos com as investigações, pois acreditamos que existem muito mais vítimas;, garantiu Fernandes.
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira