Segundo o delegado-chefe do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Rafael Abrão, o soldado seguia para o trabalho quando passou pela praça e disse ter visto a vítima negociando o que parecia ser uma arma de fogo. O investigador contou que o policial abordou Leandro e, segundo o PM, a vítima teria tirado a suposta arma da cintura.
"Familiares alegam que ele tirou a arma, que era uma réplica, para jogar no chão e se render. Não sabemos ainda a circunstância. Fato é que ele a arrancou da cintura", explicou o delegado. O soldado, então, reagiu e efetuou três disparos. Segundo Rafael, a vítima estava acompanhada da namorada, mas ela não se feriu.
A arma do PM, de calibre 40, ficou apreendida para perícia, assim como a réplica da arma de fogo. "Vamos fazer o confronto balístico e precisamos descartar uma segunda arma. O policial foi ouvido na hora e, inclusive, algumas testemunhas, mas vamos aprofundar as investigações com imagens e outros relatos", destacou o delegado.
A vítima será enterrada nesse domingo (7/7) no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. O velório está marcado para começar às 8h, e o sepultamento será às 10h30.
Polícia Militar
Procurada, a Polícia Militar repassou a íntegra da ocorrência registrada pela própria corporação. O texto informa que o militar chegava à unidade policial para trabalhar quando viu uma pessoa se aproximando de um casal na praça e passando uma arma de fogo. Ele, então, parou o carro e começou a acompanhar a movimentação.
Segundo a ocorrência, logo depois de repassar o objeto, a pessoa que entregou a arma foi embora, e o casal seguiu caminhando. Nesse momento, o policial fez a abordagem. Mas, conforme consta na ocorrência, "o autor levantou a blusa e colocou a mão na cintura." O policial, então, realizou três disparos.
De acordo com a PM, a vítima caiu no chão e ainda conseguiu ter forças para dizer que se tratava de uma réplica. "Em seguida, o policial pegou o objeto que se encontrava ao chão e verificou que se tratava de um simulacro de arma de fogo do tipo pistola", detalha o texto.
Com a namorada, o policial não encontrou nada. Logo depois, o militar pediu apoio da unidade policial e acionou o Corpo de Bombeiros. Ele também se apresentou à delegacia.
No texto, consta, ainda, que "pelo ocorrido, não há que se falar em Auto de Prisão em Flagrante em desfavor do agente de segurança policial, o qual, em análise inicial, parece ter agido acobertado por uma das hipóteses de excludente de ilicitude, previstas no artigo 23 do Código Penal."
O policial suspeito de atirar trabalha no 33; CPChoque de Valparaíso.