Cidades

Parada LGBT apartidária reúne público em Brasília

Cinco artistas se apresentam na festa prevista para encerrar às 21h. Para a organização, evento é um sucesso

Mariana Machado
postado em 30/06/2019 20:59
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Com muita música e a performance de cinco artistas, entre cantores e DJs, brasilienses festejam a 1; Parada LGBTQI%2b Livre. O evento começou às 14h no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, mas o público só começou a chegar a partir das 16h. Desvinculado da Parada do Orgulho LGBTS (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros) de Brasília, que ocorre em 14 de julho, o mote foi o apartidarismo.
Segundo o organizador Bruno Rodriguez, 39, a inspiração para a festa veio de Nova York, cidade onde já são realizadas duas paradas. ;Não somos a favor de nenhum partido, não falamos de nenhum no nosso trio (elétrico). Por esse motivo, muita gente nos atacou, mas, mesmo assim é um sucesso;, declarou o empresário que já garante que no ano que vem tem mais. Dois trios elétricos foram estacionados, mas, com público abaixo do esperado, apenas um ficou em funcionamento.
Para Everson Pablo (centro), quanto mais paradas melhor
Para o operador de caixa Everson Pablo, 28, quanto mais paradas melhor. ;Acredito que todos devam se unir para fazer quantos eventos sejam. Estou aqui porque quero representar, tirem essa ligação política da cabeça. E independentemente disso, a gente tem que lutar pelos nossos direitos;, afirma.
Ele e os amigos chegaram por volta de 18h e a expectativa era pela apresentação das drag queens. ;É a melhor parte, elas trazem amor e é disso que eu gosto. Queremos liberdade para mostrar para Brasília e para o mundo que temos o nosso lugar, somos resistentes;, afirma. O evento deste domingo (30) é para eles um aquecimento para o dia 14.
A artista Katrinna Real, 30, só ficou sabendo hoje do evento ao lado do estádio. Moradora de Sobradinho, ela ressalta a importância da festa. ;Estamos aqui lutando pelos nossos direitos. São tantos já conquistados, mas ainda há muito mais, como a questão da inclusão de pessoas gays, negras, e trans nas empresas;, destaca.
A artista Katrinna Real acredita que é preciso ter cunho político nas paradas:
Ela, no entanto, discorda do caráter apartidário dado. ;Deve-se envolver política porque só assim as leis e regras acontecem. A política tem que estar presente para mostrar que as pessoas têm o direito de ir e vir;, ressalta.
A parada está prevista para terminar às 21h. A Polícia Militar faz a segurança do local, mas informou que não irá calcular o público presente. A princípio, o trio elétrico sairia em carreata pelo Eixo Monumental, mas após votação com os participantes, a organização optou por ficar na concentração.

Parada 2019

A 22; Parada do Orgulho LGBTS será em 14 de julho, com concentração em frente ao Congresso Nacional. Para 2019, o tema ;Stonewall 50. Beijo Livre 40. Resistência e Conquistas; relembra o episódio de 1969 quando, em Nova York, nos Estados Unidos, clientes do bar Stonewall Inn se manifestaram contra a repressão na cidade. Era o marco da luta pelos direitos do movimento gay.
A parada é gratuita. Segundo a organização, a edição de 2018 reuniu cerca de 100 mil pessoas. Nos cálculos da Polícia Militar, foram 20 mil.

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