Jornal Correio Braziliense

Cidades

Parada LGBT apartidária reúne público em Brasília

Cinco artistas se apresentam na festa prevista para encerrar às 21h. Para a organização, evento é um sucesso

[VIDEO1]
Com muita música e a performance de cinco artistas, entre cantores e DJs, brasilienses festejam a 1; Parada LGBTQI%2b Livre. O evento começou às 14h no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, mas o público só começou a chegar a partir das 16h. Desvinculado da Parada do Orgulho LGBTS (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros) de Brasília, que ocorre em 14 de julho, o mote foi o apartidarismo.
Segundo o organizador Bruno Rodriguez, 39, a inspiração para a festa veio de Nova York, cidade onde já são realizadas duas paradas. ;Não somos a favor de nenhum partido, não falamos de nenhum no nosso trio (elétrico). Por esse motivo, muita gente nos atacou, mas, mesmo assim é um sucesso;, declarou o empresário que já garante que no ano que vem tem mais. Dois trios elétricos foram estacionados, mas, com público abaixo do esperado, apenas um ficou em funcionamento.
Para o operador de caixa Everson Pablo, 28, quanto mais paradas melhor. ;Acredito que todos devam se unir para fazer quantos eventos sejam. Estou aqui porque quero representar, tirem essa ligação política da cabeça. E independentemente disso, a gente tem que lutar pelos nossos direitos;, afirma.
Ele e os amigos chegaram por volta de 18h e a expectativa era pela apresentação das drag queens. ;É a melhor parte, elas trazem amor e é disso que eu gosto. Queremos liberdade para mostrar para Brasília e para o mundo que temos o nosso lugar, somos resistentes;, afirma. O evento deste domingo (30) é para eles um aquecimento para o dia 14.
A artista Katrinna Real, 30, só ficou sabendo hoje do evento ao lado do estádio. Moradora de Sobradinho, ela ressalta a importância da festa. ;Estamos aqui lutando pelos nossos direitos. São tantos já conquistados, mas ainda há muito mais, como a questão da inclusão de pessoas gays, negras, e trans nas empresas;, destaca.
Ela, no entanto, discorda do caráter apartidário dado. ;Deve-se envolver política porque só assim as leis e regras acontecem. A política tem que estar presente para mostrar que as pessoas têm o direito de ir e vir;, ressalta.
A parada está prevista para terminar às 21h. A Polícia Militar faz a segurança do local, mas informou que não irá calcular o público presente. A princípio, o trio elétrico sairia em carreata pelo Eixo Monumental, mas após votação com os participantes, a organização optou por ficar na concentração.

Parada 2019

A 22; Parada do Orgulho LGBTS será em 14 de julho, com concentração em frente ao Congresso Nacional. Para 2019, o tema ;Stonewall 50. Beijo Livre 40. Resistência e Conquistas; relembra o episódio de 1969 quando, em Nova York, nos Estados Unidos, clientes do bar Stonewall Inn se manifestaram contra a repressão na cidade. Era o marco da luta pelos direitos do movimento gay.
A parada é gratuita. Segundo a organização, a edição de 2018 reuniu cerca de 100 mil pessoas. Nos cálculos da Polícia Militar, foram 20 mil.