Noé Albuquerque estava com a carteira de motorista apreendida desde outubro de 2017, conforme deliberação da Justiça. À época, o militar também respondia pelo homicídio doloso (quando há intenção de matar) de Ricardo Cayres, 46 anos, e a mãe dele, Cleusa Maria Cayres, 69, próximo à Ponte das Garças.
O bombeiro foi absolvido do crime, em março deste ano. A Justiça desclassificou a acusação contra o advogado Eraldo José Cavalcante Pereira, que participava do suposto pega com Noé. Em 19 de junho, a defesa de Noé Albuquerque interpôs recurso para revogar a medida cautelar de suspensão do direito de dirigir e, assim, o bombeiro ter a CNH devolvida.
Para Éder Ricardo Fior, advogado de defesa de Noé, a decisão do tribunal foi coerente. ;A suspensão foi uma medida cautelar do processo e, a partir do momento que Noé provou inocência, não há necessidade de mantê-la. Noé também foi absolvido no processo interno do Corpo de Bombeiros neste mês;, afirma.
A reportagem entrou em contato com Fabrícia Gouveia, 49, viúva de Ricardo Cayres. Ela não quis comentar sobre a decisão da Justiça em conceder o direito de dirigir para Noé Albuquerque. Contudo, ela destacou que, juntamente com o Ministério Público, ;entramos com um recurso para a revisão da decisão sumária de absolvição dele (o bombeiro) e esperamos a resposta da Justiça;.
O acidente
O caso ocorreu na noite de 30 de abril de 2017, quando três carros saíram de uma marina do Lago Paranoá. O bombeiro Noé conduzia uma Rover Evoque; Fabiana de Albuquerque Oliveira dirigia um Cruze; e Eraldo José guiava um Jetta. A apuração da Polícia Civil indicou que os dois homens participaram de um racha. As vítimas estavam em um Fiesta vermelho.
Na Ponte das Garças, o Jetta de Eraldo atingiu a traseira do Fiesta. Com a colisão, o veículo das vítimas desgovernou, atingiu uma árvore e capotou diversas vezes. A perícia apontou que o advogado estava a 110km/h na hora da batida. A mãe e o filho mortos no desastre estavam no banco traseiro do Fiesta.