Há exatos 11 anos, era aprovada a Lei n; 11.705, ou lei seca, que tornou mais severas as punições a quem mistura álcool e volante. Considerada infração gravíssima de trânsito, implica multa e até mesmo prisão. Até maio deste ano, mais de 7 mil motoristas receberam autuações no DF por dirigirem alcoolizados, sendo que 794 foram detidos.
Segundo o Detran, os acidentes diminuíram desde a vigência da lei seca. O diretor de Educação no Trânsito, Marcelo Granja, analisa que há mais consciência dos riscos. Mesmo assim, o álcool continua sendo fator determinante em parte das colisões. ;Quando avaliamos, cerca de 40% dos motoristas envolvidos em acidentes consumiram álcool. No caso de pedestres atropelados que foram a óbito, isso chega a 42%;, afirma.
Hoje, agentes estarão em Taguatinga com simuladores e óculos de realidade virtual, mostrando os efeitos da bebida alcoólica. ;Em um primeiro momento, o problema é o excesso de confiança, mas, depois, vem a diminuição de reflexos, campo de visão distorcido, distúrbio da fala e falta de equilíbrio e coordenação;, destaca Marcelo. Nas próximas duas semanas, a pasta também vai promover ações educativas em bares.
Um dos acidentes mais recentes envolvendo álcool e trânsito aconteceu em maio, em Ceilândia. Iago Rodrigues Pereira, 14 anos, teve uma perna amputada. Ele e dois adolescentes foram atropelados por um motorista bêbado. ;Ela (lei seca) tem o seu grau de importância e, sem ela, seria bem pior. No entanto, acredito que não seja suficiente. Acho que a prisão teria de ser inafiançável;, avalia contador Pedro Pereira Filho, 44, pai de Iago.