Jornal Correio Braziliense

Cidades

Transtornos para deficientes


Todos os dias, Maristela Batista da Silva, 51 anos, levanta cedo, toma café e vai para o Centro de Ensino Especial de Deficiente Visuais (Ceedv), na 612 Sul, onde estuda. Apesar de seguir o mesmo ritual, não faltam adversidades até chegar ao destino. Deficiente visual, a moradora de Samambaia Sul reclama da falta de acessibilidade em ruas de todo o Distrito Federal. ;Moro perto da Estação Furnas e lido com muitos obstáculos no caminho, como buracos, calçadas desniveladas e a falta de piso tátil;, enumera.

Por meio da Secretaria de Mobilidade, o Governo do Distrito Federal informou que há ações previstas na área para todo o DF. Entre elas, a execução de projetos de rotas acessíveis a 11 hospitais regionais e de requalificação das áreas centrais; a elaboração e a implantação de projetos para a criação de rotas acessíveis aos centros de ensino especial e de caminhos com infraestrutura para mobilidade ativa no entorno dos terminais e estações de metrô até os polos geradores de viagem; o acompanhamento da elaboração de projetos de rotas acessíveis a institutos federais; e a adequação de abrigos de ônibus às normas de acessibilidade. Em agenda ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a criação da Secretaria da Pessoa com Deficiência, que será comandada pelo deputado distrital Iolando (PSC), conforme antecipou a coluna Eixo Capital, em maio.

Cidadania

Estudo divulgado pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan) mostra que, até 2030, a população do DF alcançará 3,4 milhões de pessoas. O impacto será percebido, principalmente, pelo aumento da população idosa e pela queda do número de habitantes jovens. Para Adriana Modesto, doutoranda em transportes na Universidade de Brasília (UnB), o principal ponto a ser garantido pelo Estado é a cidadania aos grupos prioritários.

;É preciso ter direito à cidade para se sentir pleno. Para usufruir de saúde, lazer, educação e da possibilidade de se inserir no contexto laboral, é preciso ter algo fundamental: acesso ao transporte;, destaca Adriana. Ela afirma que é preciso garantir condições para que a população envelheça e não enfrente barreiras e lembra que o direito ao acesso a esses serviços está previsto na Constituição Federal.

* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer