Cidades

Marido mata mulher e ex-vizinho no Cruzeiro

A mulher, esposa do atirador, morreu na hora; a segunda vítima chegou a ser socorrida e levada ao Instituto Hospital de Base, mas não resistiu

Mariana Machado, Sarah Peres
postado em 12/06/2019 20:35
Socorristas constataram o óbito da mulher e socorreram o homem ferido ao Hospital de Base
Uma mulher foi morta a tiros pelo companheiro, em um apartamento no Cruzeiro Novo, na noite desta quarta-feira (12/6). O autor dos disparos, o pastor Juenil Bonfim de Queiroz, é síndico do prédio e atirou ao menos cinco vezes contra as vítimas. A mulher dele, Francisca Náidde de Oliveira Queiroz, 57 anos, morreu na hora. Chegou a ser divulgado que ela teria entrado na frente de um dos ex-moradores na hora dos disparos. Mas, após os depoimentos, a polícia informou que Juenil, sargento da reserva da Aeronáutica, atirou primeiro em Francisco de Assis, 42 anos, e, depois, na própria mulher.
Francisco foi atingido na cabeça e no tórax. Ele foi encaminhado em estado grave para o Hospital de Base e não resistiu aos ferimentos. O terceiro envolvido, Marcelo Soares Brito, 40, conseguiu fugir. Com Juenil, a polícia encontrou uma pistola calibre .380. Francisco e Marcelo são companheiros e moram em Santa Maria. O casal foi ao prédio para pegar um computador na casa de Raina Rocha e Irina Rocha, primas de Marcelo.

Raína conta que, quando elas se despediam de Francisco e Marcelo, Juenil chegou com a esposa. Ela ficou no térreo e ele subiu. Quando voltou, estava armado. ;Ele chegou mandando eles subirem para conversar, dizendo: ;Vamos lá conversar, porque, agora, vou te mostrar quem é homem. Agora vamos resolver!’." Francisco, segundo ela, respondeu: "Calma, seu Queiroz, o que foi?;. Francisco seguiu o síndico e foi acompanhado por Marcelo, que não quis deixá-lo sozinho. Em seguida, as primas telefonaram para a polícia, pedindo socorro.
Juenil, Francisca, Francisco e Marcelo então subiram para a residência do síndico. Lá, Juenil fez ameaças e acusou Francisco de ter um caso com a esposa dele. Por fim, o militar disparou contra Francisco e a esposa. Marcelo conseguiu escapar e correu para a rua. No térreo do prédio, gritou para as primas que Francisco tinha levado um tiro.

Juenil ainda perseguiu Marcelo até a rua em frente ao prédio, mas foi parado por uma equipe da Polícia Militar. "Quando chegamos ao local para apurar o chamado, nos deparamos com um homem que estava armado. Ele batia com as descrições informadas e, na mesma hora, fizemos a abordagem. Em seguida, confirmamos que se tratava do autor", detalhou o tenente Leonardo Santos, do Comando de Policiamento Regional Metropolitano (CPRM).

Testemunho

Em depoimento, o sobrevivente disse que, quando foi abordado pelo síndico, achou que se tratava de alguma pendência em aberto. "Nunca tivemos desavenças. Quando nos mudamos de lá, ele chegou a reclamar do barulho. Voltamos várias vezes (ao edifício). Ele nos via, mas não cumprimentava", relatou Marcelo.

Ainda segundo ele, Juenil afirmou que teria visto Francisca em Santa Maria, perto da casa dos ex-vizinhos. Entretanto, Marcelo disse que ela nunca os visitou. "Se ela tinha um amante, não era Francisco. Coloco a mão no fogo por ele. Ela falou que o tinha como um filho", contou.

Juenil prestou esclarecimentos na 5; Delegacia de Polícia (Área Central) e está preso está preso preventivamente. Ele passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu que ele não poderá responder ao processo em liberdade.
*Colaborou Jéssica Eufrásio

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação