Jornal Correio Braziliense

Cidades

Jovem que ameaçou realizar massacre em faculdade é investigado pela PCDF

Estudante do curso de direito, o homem de 24 anos ameaçou alunos de uma faculdade particular da Asa Sul, alegando que realizaria um massacre na instituição

Um jovem de 24 anos foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a manhã desta terça-feira (11/6). A ação ocorreu porque o estudante de direito ameaçou colegas de curso, alegando que iria repetir o massacre de Columbine em faculdade particular da Asa Sul.

Agentes da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) chegaram até o suspeito por meio de denúncia anônima. Na ligação, a testemunha afirmou que o jovem tem comportamento agressivo, o que é percebido nos discursos de ódio dele contra personalidades conhecidas.

A ameaça aos estudantes do curso ocorreu na última quarta-feira (5/6), conforme investigação da Polícia Civil. O mandado foi cumprido e, com o suspeito, agentes encontraram roupas militares, tonfa e outros objetos. Todo o material está apreendido e será encaminhado para perícia.

"Com a diligência, pretendemos verificar a gravidade da situação e procurar por armas, munições, explosivos e arquivos relacionados a atentados e planejamentos operacionais para colocá-los em prática. O investigado tem perfil de uma pessoa retraída, solitária e introspectiva. Nos tempos atuais, não podemos arriscar, ainda mais depois do ocorrido em Suzano.", destaca o delegado João de Ataliba, adjunto da 1; DP.

Massacres e ameaças

O Massacre de Columbine foi realizado por dois adolescentes que estudavam na instituição. Eric Harris e Dylan Klebold assassinaram 13 estudantes da Columbine High Schooll, localizada no Colorado, Estados Unidos. Para colocar o plano homicida em ação, os jovens utilizaram explosivos, armas de fogo e facas. Depois do crime, os dois se mataram. O atentado levantou uma forte discussão acerca do bullying e do porte de armas.
As apurações da ameaça feita pelo universitário ocorrem três meses após o ataque em Suzano, cometido por dois alunos na Escola Estadual Professor Raul Brasil, deixando 10 mortos e igual número de feridos. Após o massacre, em 13 de março de 2019, uma onda de ameaças tomou conta do DF.

Em 18 de março, o esquadrão antibombas da Polícia Militar precisou ser acionado para apurar a suspeita de atentado contra o Centro Educacional Gisno, escola pública da 907 Norte. Um adolescente foi apreendido e levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), mas nenhum explosivo foi encontrado no colégio. Mesmo assim, as aulas chegaram a ser suspensas.

A suspeita partiu de uma apuração da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), a partir de mensagens postadas em redes sociais sinalizando o ataque, que poderiam ter a participação de quatro estudantes. Após o atentado ter sido descartado, apenas um adolescente, considerado o pivô das ameaças, foi levado à DCA.

Dois dias depois da atuação no colégio Gisno, o secretário de Segurança, Anderson Torres, anunciou que as forças policiais identificaram 11 responsáveis por fazer ameaças na internet a escolas públicas do DF. Para conter as ameaças, o efetivo dos batalhões escolares foi reforçado em 180 policiais.
Colaborou Bruna Lima