Dois casos recentes tiveram destaque pela gravidade das sequelas provocadas. Na semana passada, Rayane Neves da Silva, 28 anos, morreu quando o carro em que ela estava capotou, na área rural de Planaltina conhecida como Rio Preto. Ela havia pedido uma carona a um conhecido. No entanto, o condutor estava alcoolizado. O teste do bafômetro acusou a presença de 0,54 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Encaminhado a 16; Delegacia de Polícia (Planaltina), ele foi preso em flagrante, mas responderá ao processo em liberdade.
No início de maio, Pedro Pereira, 44, quase perdeu o filho Iago, 16, em uma situação parecida. O adolescente estava em frente de casa com outros dois amigos quando o trio foi atingido por um carro. O motorista do veículo, um homem de 62 anos, estava embriagado e foi preso na hora. Ele responderá ao processo detido.
Os jovens precisaram de atendimento médico. Dois receberam alta, já Iago teve a perna esquerda amputada, mas se recupera e passa por tratamento no Hospital de Base. Na quinta-feira, ele será submetido à nova cirurgia, para a colocação de uma haste na perna. Pouco mais de dois meses depois do acidente, o momento em que quase perdeu o filho não se apagou da memória do pai. ;Eu estava em casa na hora e escutei o barulho. Foi um desespero. Como se meu maior medo estivesse acontecendo. A sensação foi muito ruim. Ainda mais porque o socorri e vi a perninha dele naquela situação;, recorda-se Pedro.
Para o morador de Ceilândia Norte, as ações de fiscalização ainda não atendem às expectativas. Ele cobra medidas mais efetivas por parte das autoridades. ;Vemos mais campanhas e, às vezes, há fiscalização nas ruas. Às vezes, não. Não sinto que as campanhas possam inibir e mexer com a pessoa que bebe. Não vejo um método eficaz que faça com que a pessoa beba e não dirija. Parece que os acidentes aumentam a cada vez mais;, lamenta Pedro.
Soluções
Diretor de policiamento e fiscalização de trânsito do Detran/DF, Francisco Joaquim Saraiva vê a necessidade de investimento em educação, prevenção e monitoramento. Ele afirma que a autarquia promoveu mais operações nesse sentido, mas reconhece que há um deficit na quantidade de efetivo para fiscalização. ;Quando o cidadão vê mais patrulha, ele evita cair nessa infração. Se ele chega a um show ou bar e vê que há operações, ele reconhece que, se vacilar, vai se envolver em uma ocorrência;, pontua Francisco.