Mecânico de mão cheia, conseguiu, um ano depois, ser sorteado para o financiamento de um terreno em Taguatinga Centro, à época, Setor Automobilístico. A cidade conquistou o poeta paraibano, que gostava de caminhar pelas ruas espalhando versos e bom humor. Construiu uma trajetória de trabalho e de humanismo, recebendo em casa inúmeros nordestinos que vinham atrás de um sonho.
O filho José Carlos Vieira, editor de Cidades, Cultura e da Revista do Correio, lembra com carinho da empatia indiscriminada do pai. ;Certa vez, caminhando com ele no calçadão (em Taguatinga), perguntei por que ele desejava bom dia para todas as pessoas, mesmo que algumas não correspondessem educadamente, ao que ele respondeu: ;Meu filho, não importa se algumas pessoas não respondam. Eu quero desejar coisas boas para elas.;;
Funcionários do Correio que tiveram a oportunidade de conviver com o ;seu Zé Vieira; elogiam a forma como ele acolhia a todos. ;Era uma pessoa que recebia todo mundo bem e com um poema. Você chegava na casa dele e ele já começava a improvisar um repente. Era uma figura;, lembra o subeditor de Cultura Igor Silveira. ;Um homem que soube o quanto a poesia é importante para a vida. Foi sempre uma felicidade todas as vezes que tive a oportunidade de ouvi-lo;, acrescenta o editor de Política Leonardo Cavalcanti.
Nesta terça (11/6), família e amigos se despedem na Capela 3, do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, onde ele será velado a partir das 8h. O sepultamento está previsto para as 11h.