Engrossando o coro dos sindicatos de servidores federais, as entidades que representam o funcionalismo público do Distrito Federal também se opõem à reforma da Previdência.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara Legislativa, Jeizon Lopes, diz que, se o texto for aprovado com extensão para o DF, ;todos, sem exceção, terão redução salarial;. ;Eu, por exemplo, que estou no topo da carreira, vou ter redução de R$ 2 mil no meu líquido;, comenta.
Na semana passada, Jeizon esteve no Congresso Nacional para reforçar o lobby antirreforma. Ele acha que o projeto do governo não passará na Casa por questões jurídicas. ;Não faz sentido impor alíquotas progressivas, que é algo típico dos impostos e não das contribuições sociais. O governo está fazendo floreio demagógico;, diz Jeizon. ;A reforma é muito ruim, e a gente não diz isso por interesses corporativos, mas por acreditar que ela vai quebrar o país. É um massacre sobre os muito pobres e os miseráveis;, afirma o representante dos servidores da CLDF.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias e Fundações (Sindireta), Ibrahim Yusef, diz que a categoria vai defender os direitos do funcionalismo, se posicionando contra a PEC. ;Essas mudanças propostas são péssimas, a gente vai perder muitos direitos. Tudo está sendo feito de maneira açodada, sem discutir com entidades, que são as partes interessadas;, justifica.
Ainda não há consenso no Congresso Nacional sobre a extensão automática das regras da nova Previdência para as unidades da Federação.
Carta de apoio
O governador Ibaneis Rocha (MDB) defende uma reforma com alcance nacional e, na semana passada, fez uma carta de apoio à manutenção dos estados e municípios no texto da proposta de emenda à Constituição. O documento teve o apoio da maioria dos governadores. ;O país não vai crescer aos poucos. Ele tem que crescer em conjunto e, para isso, a reforma da Previdência tem de ser feita tanto para a União quanto para estados e municípios;, argumentou Ibaneis Rocha.
O relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP), também defende a manutenção de todos os entes federativos na PEC. ;O déficit da Previdência da União é crescente. É de R$ 96 bilhões por ano, em dez anos, é praticamente a mesma meta, de R$ 1 trilhão, que o governo federal pretende economizar;, alega. ;Não faz sentido resolvermos o deficit do governo federal, equacionarmos a Previdência da União e deixarmos estados e municípios de lado;, acrescenta.