Em meio a dificuldades, crise e caos no sistema público, a equipe da Saúde do Distrito Federal recebeu, ontem, o reforço de 500 funcionários. Escolhidos por meio de processo seletivo, eles atuarão das unidades gerenciadas pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).
Entre os profissionais, estão 49 pediatras, 143 médicos plantonistas, 17 assistentes sociais, 114 enfermeiros e 127 técnicos em enfermagem. Além dos 500 servidores convocados agora, o instituto tem 2,4 mil vagas disponíveis, para as quais deve haver seleções em breve.
Os profissionais foram recebidos, ontem, em um evento com a presença do governador Ibaneis Rocha (MDB), do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, e do presidente do Iges-DF, Francisco Araújo. Durante a solenidade, eles reforçaram o pedido de que o atendimento à população seja humanizado.
;O trabalhador da Saúde tem de saber a dimensão da importância que o cidadão tem;, disse Araújo. ;Que vocês tenham coragem para enfrentar essa batalha. Vamos tratar nosso povo com carinho, essa é a principal mensagem que temos que passar a eles. Pouco a pouco nós vamos melhorar;, completou o governador.
Após o evento, Ibaneis comentou as contratações e falou sobre a situação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que atualmente não recebem recursos da União por falta de equipes e condições. ;Temos que reconstituir as equipes todas. Foi esse motivo que fez com que as UPAs fossem desabilitadas. Então, nós estamos dando um passo reabilitando todas as equipes, colocando todos os medicamentos, todos os equipamentos. O passo seguinte é pedir o cadastramento novamente para que volte;, afirmou.
O governador reconheceu que ainda há problemas sério no setor, mas destacou mudanças feitas até agora. ;Eu peço desculpas à população, existe uma demora nas mudanças. Mas, conseguimos vencer muitas etapas num prazo de cinco meses. Já reformamos seis UPAs. A população certamente sabe do nosso esforço e vai ver melhoria.;
Novo instituto
Criado em meio a questionamentos da população e de servidores, o Iges-DF é a grande aposta do governo Ibaneis para resolver os problemas enfrentados pelo brasiliense com a rede pública. A entidade, depois de aprovação da Câmara Legislativa, é responsável por gerenciar, além do Hospital de Base, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e seis UPAs. Anteriormente, a entidade era responsável apenas pelo Base. A expansão foi aprovada em fevereiro pela Câmara Legislativa, em sessão extraordinária.
A ideia inicial do governo era de que o Iges-DF gerenciasse também o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Distritais, no entanto, discordaram do projeto e um acordo foi costurado para que o processo começasse aos poucos. Ibaneis destacou diversas vezes o desejo de expandir o modelo para toda a rede pública.
A entidade funciona de forma independente da Secretaria de Saúde e, por contar com orçamento próprio, tem autonomia. Com a natureza jurídica de serviço social autônomo, o Iges-DF pode realizar compras de insumos sem licitação, contratar prestadores de serviços da iniciativa privada e admitir profissionais pelo regime celetista, razão pela qual os 500 servidores foram admitidos por meio de processo seletivo e não concurso público.