Jornal Correio Braziliense

Cidades

Hmib chama pacientes com embriões congelados há mais de três anos

O chamamento é realizado em razão do acúmulo de amostras e do esgotamento do espaço físico onde o material fica armazenado

Os pacientes da rede pública de saúde que têm embriões congelados no Serviço de Reprodução Humana do Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Assistida (Cepra), do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), devem procurar a unidade para verificar a situação do material biológico. É preciso apresentar documento de identificação. A chamada é realizada devido ao acúmulo de amostras e ao esgotamento do espaço físico. O intuito é dar destinação adequada aos embriões.

;No momento, devido à grande quantidade de casais que estão sendo atendidos e aos que já estão agendados pelo centro, estamos com quase 500 embriões congelados. Desses, cerca de 250 estão aqui há mais de três anos. Sendo assim, já poderia ter outro destino, como a transferência, a doação ou o descarte. Mas, para que qualquer uma dessas alternativas seja tomada, é necessário que os casais compareçam ao Hmib para decidirem o que será feito;, alerta a diretora do Cepra, Rosaly Rulli Costa.

Os embriões são acondicionados em contêineres especiais, imersos em nitrogênio líquido, onde ficam armazenados até o momento da utilização. E esses espaços já estão com a lotação praticamente esgotada. Quase 97% do espaço disponível estão tomados, o que pode impossibilitar a continuidade do trabalho realizado pela unidade.

;Não tem como coletar novos materiais se não temos mais como armazenar. Por isso, precisamos que os casais que mantêm os embriões aqui no Hmib há mais de três anos venham aqui com a máxima urgência, para que o serviço não seja afetado e para que os casais que precisam de tratamento sejam atendidos, como eles foram anteriormente;, esclarece Rosaly.

A unidade de saúde é um dos poucos hospitais públicos do Brasil que tem o serviço de reprodução humana assistida. Existe há mais de 20 anos e soma mais de 4 mil atendimentos e quase 400 nascimentos. Dos 1.120 tratamentos efetivamente realizados, a taxa de sucesso chega a alcançar 30% dos casos. Atualmente, 1.122 casais estão aguardando na fila.