Jornal Correio Braziliense

Cidades

Série de reportagens contará a história dos clubes de Brasília

Pontos de encontro dos brasilienses desde a construção da cidade, os principais espaços de lazer e prática esportiva terão sua história contada em reportagens especiais

A história dos clubes sociais de Brasília se confunde com a da capital. Espaços destinados ao lazer eram e ainda são locais de convivência e afirmação da identidade brasiliense. A partir de sábado, o Correio publica uma série de reportagens sobre a história dos espaços. Ela vai mostrar como surgiram e cresceram. Também vai destacar o perfil dos frequentadores, dos fundadores aos novatos. Os textos e as imagens estarão disponíveis nas versões impressa e digital, em um hotsite com material extra, como vídeos.

O Distrito Federal tem mais de 40 clubes no Plano Piloto. A série especial vai mostrar mais de 20. Eles foram escolhidos de acordo com o critério de relevância para a história da capital.

O primeiro a ser destacado é o Iate Clube, fundado em 5 de abril de 1960, antes da inauguração de Brasília. À época, ele reunia os pioneiros em festas juninas e de carnaval. Os jogos de peteca também perduram até hoje. No Espaço Poliesportivo do Iate, fãs da atividade se reúnem para relembrarem uma das brincadeiras mais antigas do Brasil.

Ocupando 150 mil metros quadrados, o Iate ainda é palco de grandes shows. ;As características de arquitetura do Iate permanecem a mesma desde 1960. A fundação do local serviu como incentivo da época para as pessoas que queriam curtir e aproveitar um momento de lazer com a família;, conta o professor Márcio Nascimento, coordenador do curso de arquitetura da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Outro que será retratado na série do Correio, o Minas Brasília Tênis Clube também foi inaugurado em 1960 e é considerado um dos espaços mais sofisticados de Brasília. O primeiro associado foi o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, fundador da cidade. Além da estrutura de lazer, o clube é reconhecido pela variedade das modalidades esportivas, como natação, futevôlei, vôlei, basquete e futebol.

Reconhecimento

O docente da UnB destaca ainda que os clubes são considerados patrimônios históricos, mesmo que muitas pessoas não reconheçam seu valor. ;É um ponto de convívio social, que perdura até hoje. Temos de ressaltar que grandes arquitetos trabalharam na construção de alguns deles, como o próprio Oscar Niemeyer. Então, esses prédios merecem o reconhecimento como patrimônio;, afirma Nascimento.

Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), José Galbinski explica que a criação de clubes sociais na capital estava na concepção do arquiteto Lucio Costa. ;Com o desenvolvimento da cidade, os grupos de pessoas tinham mais proximidade com o clube do que com as unidades de vizinhança da época, pois eram mais atrativos.;

Segundo ele, todos esses espaços têm apenas um objetivo: unir a comunidade. ;No Rio de Janeiro, por exemplo, não há tantos clubes como aqui. Uma das razões é que em Brasília temos menos locais de encontro, a não ser os bares e parques. Então, os clubes são porta de saída para quem quer reunir a família e os amigos;, argumenta Galbinski.

*Estagiária sob supervisão de Renato Alves