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O órgão alegou descumprimento de medidas de segurança e higiene para a suspender o serviço. A procuradora Renata Coelho destacou, à época, que os equipamentos de proteção fornecidos aos trabalhadores não eram suficientes. ;A interdição foi um ato excepcional e extremo, mas necessário. Há anos esse problema acontece, mas a situação não se resolve;, afirmou.
;Há décadas, os trabalhadores da área estão sendo envenenados, vindo a desenvolver câncer. A atividade é feita todo ano e o governo precisa se planejar com antecedência e garantir todo o equipamento, treinamento e condições necessárias;, finalizou a procuradora.
Na manhã desta quinta-feira (23), o GDF protocolou um novo pedido para a suspensão da medida, anexando documentos indicando o cumprimento das normas exigidas pelo MPT. A partir deste material, a procuradora, acompanhada de um auditor do órgão, realizou uma vistoria no espaço e conversou com os servidores.
;Verificamos que tudo foi higienizado, adaptado e identificado. Hoje existem rotinas e protocolos, previstos nas normas para garantir a saúde e segurança do trabalhador. Estes servidores passaram por exames e treinamento para a capacitação profissional. Portanto, há uma grande mudança de postura, sobretudo dos servidores, que usavam o veneno sem as devidas informações dos riscos que corriam. Consequentemente, a população também era colocada em risco;, afirma a procuradora Renata Coelho.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero Martins, iniciou o serviço de aplicação do fumacê já pela tarde desta quinta-feira (23). Os carros saíram da base, na QNG, e seguiram para Taguatinga, Vale do Amanhecer, Jardim Roriz, Planaltina, Brazlândia, Samambaia, Santa Maria, Varjão e Fercal.
Para Divino Martins, a suspensão do serviço não causou danos consideráveis ao combate do Aedes aegypti. ;O ministério (público do trabalho) tem o seu papel. Em contrapartida, o governo não ficou parado durante este período. Intensificamos as ações, mas com foco no controle larvário do mosquito. Com a liberação do serviço do fumacê, vamos recuperar o tempo em que a ação ficou parada;, destaca.
Agora que há a liberação para a produção e utilização do fumacê, o objetivo da secretaria é aplicar o produto duas vezes ao dia: das 5h às 7h e das 18h às 20h, com três ciclos em cada cidade. ;Deste modo, esperamos diminuir o surgimento de novos casos da doença no DF. Para isso, também iremos trabalhar com dois índices. O epidemiológico, que indica onde há o maior número de diagnosticados; e com o entomológicos, o qual mostra a densidade dos mosquitos;, analisou o subsecretário.
Interdição do serviço
A interdição do serviço acontece durante epidemia de dengue no Distrito Federal. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, 21 pessoas morreram em decorrência do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. No total, 21.360 casos foram notificados em pacientes do DF.
A situação derrubou dois integrantes da Secretaria de Saúde neste mês de maio: no dia 23, o então diretor da Vigilância Ambiental, Petrônio da Silva Lopes, pediu exoneração. Na segunda-feira, a subsecretária de Vigilância à Saúde, Elaine Faria Morelo, deixou o cargo ao ser exonerada pelo governador em exercício, Paco Britto.