;"Tu pode tá conversando lá com a mulher do tio G, lá mano? Tá ligado, mano, porque é o seguinte: eu tô com o bonde alí, tá entendendo, mano? Tem uma viatura que matou os irmão". Assim começa um dos áudios encontrados no celular de integrante do Comando Vermelho preso na manhã desta terça-feira (28/5), pela Polícia Civil do Distrito Federal, em Luziânia (GO).
Em 1 minuto e 15 segundos, o criminoso fala de vingança contra uma equipe da polícia que, segundo ele, sempre entra no "abrigo" e que teria matado integrantes do grupo.
; "... queria que tu passasse essa visão pra tia lá, mano, se a gente pedia a permissão pro tio lá. Se nois pode dar esse ataque lá e matar todos esses vermes, dentro dessa viatura...só que eu tava afim que a tia, os tios dessem o aval, tá ligado?"
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De acordo com o delegado-chefe da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), Fernando Cesar Costa, o áudio foi enviado por Manoel Barbosa dos Santos Júnior, conhecido como Junior Doido, para um integrante do Comando Vermelho do Pará. O pedido de autorização para o assassinato de uma equipe da polícia paraense foi há apenas três dias, no último sábado (25/5).
Em outro áudio, de 48 segundos, o criminoso diz ter uma metralhadora cheia de bala e que recebeu autorização para matar.
; "...pode ajeitar, mano, mas é o seguinte: nóis só pode matar depois do dia 30. Foi dado um prazo pros caras que nóis não pode matar nenhum segurança pública até dar o prazo que o comando passou. A gente vai se organizando até lá. Quando chegar a hora, quando acabar o prazo, tu já viu, mano. Vamos meter fogo nele."
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O material foi extraído das buscas realizadas durante a prisão de Júnior doido. Agentes do CHPP apreenderam quatro aparelhos telefônicos, que continham outras mensagens do mesmo tipo das divulgadas pelo Correio. Ainda, eles encontraram peças de ouro, dois documentos falsos e uma pequena porção de maconha. Conforme apuração da Polícia Civil, Júnior é acusado de assassinar três policiais do estado do Pará.
Execuções à distância
, uma força-tarefa que cumpre mandados de prisão relativos a crimes como homicídio e feminicídios. Segundo Fernando César, Júnior Doido é foragido da justiça do Pará, que expediu mandados de prisão preventiva e temporária contra ele por crimes como homicídios qualificados e associação para o tráfico de drogas.
Ainda de acordo com o delegado, o relatório de diligências, elaborado pela equipe de investigação da Polícia Civil do Pará, aponta Júnior Doido como um "indivíduo extremamente perigoso, ligado à facção criminosa Comando Vermelho no Estado do Pará". Ainda de acordo com o documento, mesmo longe do estado de origem, Júnior Doido "continua a delinquir, ordenando execuções de seus desafetos em Belém, promovendo o terror naquela capital".