Aconteceu de novo. Um homem armado entrou na Secretaria de Educação e assassinou uma mulher e depois se matou. Só em 2019, 13 mulheres foram mortas no DF. E provavelmente você vai ler e ouvir falar de novo sobre isso daqui a pouco. Porque o feminicídio é uma chaga social, um crime frequente apesar de assombroso. Não podemos gritar ;Basta!” e seguir em frente até que ocorra mais uma vez e mais outra vez. Devemos fazer mais para evitar. Sociedade, governo, família, todas as instituições deveriam se unir para dar cabo a uma matança sem sentido e feroz.
Algumas iniciativas começam a aparecer. A Universidade de Brasília está se mobilizando; o Congresso criou uma comissão externa para discutir a violência doméstica coordenada pela deputada brasiliense Flavia Arruda. Foi lançado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados o Projeto Glória, uma plataforma de inteligência artificial voltada para o combate à violência contra mulher idealizada pela professora Cristina Castro-Lucas, da UnB.
Sou de uma geração que não terá a chance de ver o feminicídio ser erradicado, tampouco se tornar apenas um evento ocasional. Mas tenho esperança de que minha filha e minha neta não cresçam e envelheçam num mundo que mata mulheres em série por motivos absolutamente torpes. Sentimento de posse, ;ciúmes;, impossibilidade de receber um não, separação são algumas das justificativas elencadas para esses crimes monstruosos.
Acabar com o feminicídio será possível quando expurgarmos o machismo, a erva daninha que cresce em nossos quintais, alimentada por uma educação duvidosa, distante da cidadania, da igualdade de gêneros, de uma cultura humanista, que valorize o ser humano e a vida. E isso é uma responsabilidade de todos nós. Vamos juntos?