O diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Petrônio da Silva Lopes, entregou, na quinta-feira (23/5), o pedido de exoneração do cargo. Na carta, ele justifica a renúncia por "motivos pessoais" e declara que deixa o cargo imediatamente. A decisão foi entregue ao executivo no mesmo dia em que terminaria o prazo dado pelo Ministério Público do Trabalho da 10; Região (MPT-10) para que a partição cumprisse com todas as medidas de urgência para a liberação do fumacê.
Enquanto isso, a ação de combate aos focos da dengue está interrompida há mais de duas semanas. A proibição decorreu de uma diligência, em 6 de maio, na Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal (Dival), em Taguatinga, local onde é feita a mistura para o fumacê ; pulverização de inseticida para matar o Aedes aegypti. Segundo o MPT-10, ao menos 15 itens de higiene, proteção ao trabalhador e ao meio ambiente estavam sendo descumpridos.
Ao Correio, a Secretaria de Saúde se limitou a dizer que "o diretor se manifestou apenas em documento interno solicitando o seu desligamento do cargo", e que a medida não foi oficializada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), nesta sexta-feira (24). Além de justificar o pedido, Petrônio da Silva também agradeceu "a oportunidade, a confiança e o apoio recebido" pelo executivo.
Epidemia
A exoneração ocorre no momento em que o Distrito Federal vive uma epidemia de dengue em 2019, segundo a Secretaria de Saúde. No último boletim, que contabiliza os casos até meados de maio, foram confirmadas 16 mortes pela doença e aponta, ainda, outros quatro casos que estão sob investigação. Outros 30 pacientes foram diagnosticados com o quadro grave da dengue. No mesmo período do ano passado, foram registrados uma morte e dois casos considerados graves.
Até a 19; semana epidemiológica, foram notificados 19.812 casos de dengue, valor quase seis vezes maior ao registrado em 2018, quando a saúde divulgou 3.449 notificações. Em coletiva realizada na última terça-feira (21/5), a secretaria justificou o crescimento devido a uma predominância de infecções provocadas pelo Tipo 2 do vírus causador da dengue. Em anos anteriores, a contaminação pelo vírus Tipo 1, considerado menos agressivo, era mais frequente.