Jornal Correio Braziliense

Cidades

Motorista chama polícia após jovem de 17 anos denunciar assédio em ônibus

Homem teria importunado sexualmente uma jovem de 17 anos, que pediu ajuda ao motorista. Condutor do veículo chamou policiais que atendiam uma ocorrência de acidente de trânsito

Um homem de 59 anos é acusado de assediar uma jovem de 17 dentro de um ônibus. O coletivo vinha do Recanto das Emas e passava perto do Zoológico quando a menina decidiu pedir ajuda ao motorista. O condutor do veículo chamou policiais militares que atendiam uma ocorrência de acidente de trânsito na L4.

A menina relata que o homem estava em pé perto dela e ficava encostando as partes íntimas nela. "No início, eu não dei importância, porque o ônibus estava cheio, mas o coletivo foi esvaziando. Já tinha espaço para ele se mover e, mesmo assim, ele continuou perto de mim. A cada vez que uma pessoa passava, ele aproveitava e ficava mais próximo;, afirmou.

O homem nega as acusações e conta que se levantou para dar lugar a uma conhecida dele e só teria ficado perto da garota porque o ônibus estava lotado. "Nunca fiz isso na minha vida. Sou um trabalhador, tenho mulher e filhos. O ônibus estava muito lotado e um rapaz atrás de mim estava com uma pasta grande. Eu fiquei perto dela, mas não assediei", disse.

A jovem ainda ressalta que essa não foi a primeira vez que ela sofreu assédio no coletivo pelo passageiro. Ela afirma que já chegou a registrar uma ocorrência contra o acusado pelo mesmo crime. Porém, o homem nega ter pego ônibus com a garota anteriormente.

O motorista, a jovem e o acusado foram levados pelos policiais militares à 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) para registrar ocorrência. O sargento da PM Alex Valente, que atendeu ao chamado do condutor do veículo, destaca a importância de denunciar esses tipos de caso. "É importante que as vítimas vençam o medo inicial e procurem denunciar, para que seja possível fazer a identificação e punir os autores, se for o caso", frisa.
Segundo o delegado-chefe da 1; DP, João de Ataliba, o delegado de plantão, que recebeu o caso, levou em consideração o fato de o ônibus estar lotado e liberou o acusado por falta de provas. "Não foi comprovado que houve assédio. Nenhuma testemunha confirmou a versão da menina", afirmou.