Alan Rios
postado em 20/05/2019 13:14
Testemunhas do feminicídio ocorrido na Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, na 511 Norte, na manhã desta segunda-feira (20/5), descreveram como "frio" o comportamento do policial civil Sergio Murilo dos Santos, que assassinou a tiros a servidora Debora Tereza Correa, 43 anos. Ele tirou a própria vida em seguida, no mesmo local.Professora da Secretaria e advogada, Lucilene Marques, 44 anos, chegou ao prédio minutos após os tiros, antes da Polícia Militar. Segundo colegas contaram a ela, Murilo chegou a bordo de um carro de transporte por aplicativo e, aparentando calma, disse na portaria que precisava avaliar o andamento de um processo com entrada na Regional de Ensino de Sobradinho.
Assim, o assassino conseguiu acesso ao terceiro andar, onde Debora trabalhava. "Foi surreal, uma tragédia de cena de filme. Ele se apresentou como se fosse resolver um processo administrativo. E quando viu a Debora, sorriu para ela. Mas depois deu dois tiros", contou a servidora ao Correio. Até a última atualização desta matéria, não havia sido confirmado se o processo mencionado por Murilo existia de fato.
Murilo e Debora foram namorados. Segundo a Polícia Civil, ela havia prestado queixa contra ele. Professora, Debora estava trabalhando na área administrativa. O prédio onde ocorreu o crime é sede, há menos de um mês, de setores que antes ficavam localizados em um prédio na 607 Norte. ;É um lugar aparentemente seguro, novo. Mas se acontece um crime desses em um edifício assim, imagina nas escolas e outras instalações da secretaria?;, questionou a professora, temendo a insegurança.
Notas de pesar
Em nota, a Secretaria de Educação lamentou a morte da servidora e informou que ela atuava na rede pública de ensino desde 2001. "Neste momento de dor, a SEE/DF se solidariza com a família, os amigos e os colegas da servidora. A pasta está à disposição para contribuir na investigação do caso."
Também em nota, a Polícia Civil do DF confirmou o envolvimento do servidor da corporação. "A instituição lamenta profundamente o episódio. As circunstâncias estão sendo apuradas e, posteriormente, traremos mais detalhes. A investigação ficará à cargo da Corregedoria Geral de Polícia (CGP)", diz o texto.