O típico almoço da família aconteceu em Águas Claras, no apartamento de uma das irmãs de Sueli. O evento contou com a presença dos outros três irmãos e dos dois filhos mais novos da pedagoga, além de cunhados, tios e sobrinhos. O clima de harmonia, companheirismo e união prevaleceu.
Desde que conheceu Ricardo após a separação na maternidade, o sonho da pedagoga era juntar toda a família nesse encontro. ;Sou a mais velha de cinco irmãos. Quando saí do orfanato, disse que ia tirar todos de lá. Este momento de hoje é para união e comunhão;, disse Sueli.
Desde que conheceu Ricardo após a separação na maternidade, o sonho da pedagoga era juntar toda a família nesse encontro. ;Sou a mais velha de cinco irmãos. Quando saí do orfanato, disse que ia tirar todos de lá. Este momento de hoje é para união e comunhão;, disse Sueli.
Ela e Ricardo estão morando juntos desde que ele chegou de João Pessoa (PB) para ficar com a mãe na capital federal. Como a casa está em reforma, os dois precisaram dividir a mesma cama. Neste domingo (12/5), ele acordou Sueli com palavras de gratidão e carinho. ;Ele fez uma declaração incrível para mim. É um momento que só sei porque estou vivendo, mas penso em como o universo preparou tudo isso para mim. Tudo está acontecendo com muita harmonia;, comentou a pedagoga.
Para Ricardo, este seria o primeiro Dia das Mães sem celebração, pois, há cerca de seis meses, ele perdeu a mãe adotiva. ;Para mim, a data era normal. Tive uma mãe adotiva que me dava muito amor e carinho. Mas, lá no fundo, eu ainda pensava em minha mãe biológica. A palavra que define meu dia é ;gratidão;;, disse o corretor de imóveis.
Os dois outros filhos de Sueli, Julia Christina Gomes Silva, 23, e Marco Antonio Gomes Silva, 21, sempre pediram um irmão adotivo à mãe e estão felizes com o crescimento da família. Além de Ricardo, os estudantes ganharam três sobrinhos, de 10, 8 e 6 anos. No entanto, os cinco ainda não se conheceram. ;Raramente conseguimos reunir todo mundo. O presente da minha mãe neste ano foi ter todos aqui;, ressaltou Marco Antonio.
Futuro
A vida de Sueli e Ricardo segue sob os holofotes. Reconhecidos por onde passam, eles tiveram apenas um dia ;mais tranquilo; até agora. Mesmo assim, Ricardo lembra que os dois terão bastante tempo para aproveitar juntos, uma vez que ele comprou passagem só de vinda de João Pessoa (PB) ; onde mora ; para Brasília.
Ainda que o filho não tenha decidido quando voltará, o futuro de Sueli a levará de volta para a Paraíba. Em setembro, ela se casará em Paris, na França, e decidiu que se mudará para a mesma cidade de Ricardo depois da lua de mel no Marrocos. ;Antes mesmo de conhecer meu filho, sempre tive vontade de morar em João Pessoa. Trabalho em Recife, mas, uma vez, estava pronta para me mudar para lá. Tinha até alugado um lugar, mas acabei não indo, porque meu chefe me pediu;, contou a pedagoga. ;Eu havia pesquisado até o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade, quantas pessoas moravam lá, quantos eram aposentados. Mas acabei desfazendo tudo;, continuou.
Julia Christina e Marco Antonio permanecerão em Brasília, na casa do pai, para terminar os estudos. Mesmo assim, eles pretendem participar da cerimônia e torcem pela felicidade da mãe. Ansioso para o casamento, os planos de Ricardo envolvem reunir as duas famílias dele. O pai adotivo do corretor de imóveis mora em João Pessoa e há dois filhos, moradores de São Paulo e de Portugal, que ele pretende apresentar à avó Sueli. ;Quero construir as coisas de um lado e de outro, dar atenção para cada uma delas (famílias);, ressaltou Ricardo.
Até lá, no entanto, os integrantes da família aproveitam para desfrutar dos momentos de reunião e conhecer mais um do outro. Para Sueli, os primeiros meses de 2019 renderam grandes emoções. ;Do início de abril para cá, minha vida virou de cabeça para baixo. A cada telefonema do delegado que investigava o caso, eu tinha medo de que ele dissesse que iria arquivá-lo. Depois de acharem meu filho, tive medo que ele não me aceitasse como mãe. Mas tudo aconteceu muito rápido e de forma natural. Foi surreal. Agora, somos o Quarteto Fantástico;, brincou, fazendo referência à união com os três filhos.
Relembre o caso
Ricardo foi levado dos braços da mãe dois dias depois de nascer, em 1981, no Hospital Regional do Gama (HRG). À época, Sueli tinha 16 anos e morava em um orfanato. Ela apontou um casal de funcionários da instituição como os principais responsáveis pelo rapto do filho. A pedagoga tomou coragem para relatar o caso à polícia em 2013, quando começaram as investigações.
Em uma ligação, em 8 de abril de 2019, o delegado Murilo Ramos, da 14; Delegacia de Polícia (Gama), contou a Sueli que havia encontrado Luís Miguel ; nome dado a Ricardo antes de ser levado da maternidade. Duas semanas depois, um teste de DNA confirmou o parentesco entre os dois.