O crime aconteceu em 25 de abril, dentro da casa da vítima, em Sobradinho 1. Segundo as investigações, o ex-companheiro dela, o vigilante Júlio César Villanova, de 55 anos, invadiu a casa e surpreendeu a mulher, jogando ácido contra ela. Em seguida, tentou atirar ao menos quatro vezes. No entanto, a arma falhou. Mesmo ferida, Cácia conseguiu sair de casa e pedir ajuda aos vizinhos. Júlio César se matou logo em seguida.
Socorrida pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), a vítima foi encaminhada para o Hran. "As equipes das unidades de queimados e cirurgia plástica usaram todos os recursos disponíveis no tratamento da paciente, que sofreu queimaduras de terceiro grau na face, pescoço, colo, tórax e membros superiores", detalha a secretaria.
Cácia chegou a receber um implante de pele humana na última sexta-feira (3/5), material vindo de Porto Alegre, a pedido dos médicos do hospital. A cirurgia de reconstrução durou aproximadamente quatro horas.
Caso encerrado
A 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho 1), relata o inquérito como feminicídio para fins de arquivamento. "Sem que o autor esteja vivo para responder, há a extinção da punibilidade", explica o delegado-chefe, Hudson Maldonado. Para ele, a conclusão gera revolta não só aos amigos e familiares, mas à própria polícia. "Fica a sensação de que não tivemos oportunidade de submetê-lo à punição. O autor pagou com a vida e não na cadeia".
Vizinhos relataram à polícia que o casal parecia ter uma relação tranquila. No entanto, outras testemunhas afirmaram que o autor era um homem autoritário, de difícil convivência e que não aceitava o término do relacionamento. Cácia e Júlio estiveram juntos por 15 anos. Cássia deixa duas filhas, uma de 14 e outra de 28.