Jornal Correio Braziliense

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Agiota palestino naturalizado brasileiro é preso no Riacho Fundo

Foi apreendida com ele uma alta quantia em cheques e dinheiro. A investigação segue na fase final, para identificar outros participantes da associação criminosa

Um palestino naturalizado brasileiro foi preso acusado de ser o líder de uma quadrilha que praticava o crime de usura (empréstimo ilegal de dinheiro) há 20 anos na capital federal. Mohammad Daoud Haj, 68 anos, foi preso em casa, no Riacho Fundo. A ação aconteceu na manhã desta quarta-feira (8/5), na Operação Caixa Forte, deflagrada pela 24; Delegacia de Polícia (Setor O).
 
Conforme apurado pela investigação da Polícia Civil, Mohammad agia no Setor Comercial Sul, sentado em uma cadeira, perto de uma banca. "Assim como traficante, quem empresta dinheiro a juros altos precisa cobrar esse dinheiro e eles fazem isso de forma violenta. Então, chegamos à conclusão de que ele tinha pessoas para fazer esse trabalho", afirma o delegado-chefe Ricardo Viana.
 
A investigação concluiu que o agiota chegava a cobrar 20% de juros pelos empréstimos aos clientes. Agentes da 24; DP encontraram com Mohammad mais de R$ 300 mil em cheques, R$ 3,5 mil em espécie, além de cédulas de dólar, peso argentino, peso bolivianos e de países árabes. Os policiais civis ainda relatam que Mohammad tinha uma vida de alto padrão, em uma casa com piscina e churrasqueira.
 
As buscas agora estão voltadas para as pessoas que atuavam na quadrilha do palestino. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão para sete endereços, no Riacho Fundo, Candangolândia e em São Sebastião. Todos foram cumpridos pela manhã. O delegado Ricardo Viana ressalta que há indícios de que ao menos três indivíduos trabalhavam para o agiota.

Além do crime de usura, o agiota vai responder por associação criminosa, posse ilegal de arma de fogo, extorsão e lavagem de dinheiro.