Sarah Peres
postado em 07/05/2019 17:40
Antes de ser assassinada a facadas pelo ex-companheiro, Jacqueline Pereira dos Santos, 37 anos, mandou mensagem por áudio a uma colega mostrando que temia pela própria vida. O motoboy Maciel Luiz Coutinho da Silva, 38, matou a ex-mulher em Santa Maria, dentro da casa dela, na tarde dessa segunda-feira (6/5).
A mensagem, enviada por um aplicativo de celular, foi encaminhada momentos antes de a vítima sair do trabalho e ir para casa. Ao chegar na residência, ela foi atingida pelas facadas. No bolso traseiro da calça dela, estavam as medidas protetivas contra o agressor.
Ela chegou a registrar ao menos duas ocorrências de violações à Lei Maria da Penha contra o ex-marido. A Justiça concedeu duas medidas protetivas em favor da vítima. Segundo informações da Polícia Civil, ele não aceitava o término do relacionamento.
Maciel pulou o muro da casa de Jacqueline, a matou e fugiu com uma motocicleta. Ele seguiu pela BR-040 até a altura de Luziânia (GO), tirou o capacete e se jogou em frente a um ônibus. O homem não resistiu aos ferimentos e morreu no lugar. O caso é investigado pelas polícias civis de Goiás e do Distrito Federal.
O delegado Alberto Rodrigues, adjunto da 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria), destaca a importância de denunciar os casos de violência doméstica, mesmo que seja a primeira vez. "Todos fatos relacionados à violência doméstica devem ser levados às autoridades, para que ocorra a orientação, conscientização e punição dos autores. Muitos feminicídios deixam de ocorrer por causa da atuação das delegacias, do Ministério Público e do Poder Judiciário", garante.
Troca de mensagens
Na sexta-feira (3/5), Maciel foi orientado quanto às regras da medida protetiva. Ele mandou mensagem à ex-companheira, dizendo que ela estaria certa e que ele não conseguia aceitar a distância entre eles, mas que tentaria se afastar. "Eu preciso me acostumar a viver sem você", disse na conversa com a vítima.
Na mensagem de áudio, com duração de mais 10 minutos, Maciel ainda pediu desculpas à ex-companheira e disse que a perdoava por ter ido à delegacia pedir medidas protetivas. Ele também reconheceu estar errado por causa das ameaças anteriores e disse que não queria mais fazê-la sofrer.