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Siamesas: seis dias após cirurgia, Lis come a primeira papinha no hospital

A recuperação de Lis surpreende a equipe médica. Ela acordou 48 horas após a cirurgia de separação da irmã e, nesta sexta-feira, se alimentou via oral. Mel reage conforme previsto e está estável

[FOTO1375640]Ainda na UTI do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), a gêmea Lis continua surpreendendo os médicos no pós-operatório. Nesta sexta-feira (3/5), a garotinha conseguiu comer a primeira papinha, segundo boletim médico. Até então, ela se alimentava por meio de uma sonda.

Ainda de acordo com o relatório divulgado, Lis ; que foi a primeira a acordar depois da operação que a separou da irmã, Mel ; tem o quadro neurológico e respiratório estável e segue acompanhada por equipes de neurocurirgia pediátrica, cirurgia plástica e terapia intensiva.

Mel tem os mesmos acompanhamentos que a irmã. Ela acordou na quinta-feira (2/5) pela manhã, durante a troca de curativos, e está se alimentando por meio de sonda. A previsão é que as meninas fiquem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) mais duas semanas.

Cada passo da recuperação de Lis e Mel tem sido comemorada pelos médicos e pela família. Em entrevista ao Correio, o neurocirurgião Márcio Marcelino, que integrou a equipe de separação das irmãs siamesas, explicou que a reabilitação de Mel está dentro do previsto, já Lis surpreendeu a equipe, acordando apenas 48 horas depois da cirurgia, bem antes do esperado.

Primeiro caso de siamesas craniópagas do DF

Mel e Lis nasceram unidas pelo crânio em junho do ano passado. Elas foram separadas em uma delicada cirurgia que envolveu 50 profissionais no último sábado (27/4), no HCB.

Esse é o primeiro caso de siamesas craniópogas do Distrito Federal. Na literatura médica, há cerca de 50 casos como esse no mundo, mas só 10 cirurgias foram realizadas com sucesso.

Na maioria dos casos, as crianças dividiam ligações cerebrais vitais, o que tornava impossível a cirurgia. Mel e Lis não compartilhavam parte do cérebro e, por isso, puderam ser operadas.
As meninas têm as mesmas condições anatômicas. Os médicos esperam que elas se desenvolvam normalmente e sem sequelas neurológicas.

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