Júlio morava em Santa Maria com a mulher e dois filhos, de 6 e 4 anos. Abalada, a viúva também compareceu à unidade de ensino, mas não conseguiu conversar com a imprensa. A irmã dela, Francilene, reclamou da falta de segurança nas escolas. ;Essa situação precisa mudar;, reclamou.
Até a mais recente atualização desta reportagem, o suspeito do crime permanecia foragido. Equipes das policiais Militar e Civil estão à procura do adolescente. Diferentemente do que foi informado anteriormente, de que o jovem teria ameaçado uma professora de morte, na verdade, Júlio César é quem recebeu a ameaça, ao afirmar que o acusado seria transferido de unidade.
"Você pode até me mudar de escola, mas isso não vai ficar assim", teria dito o aluno na manhã desta terça-feira (30/4), conforme apuração do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Delegacia de Valparaíso. À tarde, o estudante voltou à unidade armado com um revólver e realizou ao menos quatro disparos. Dois atingiram Júlio César.
Investigação e perícia
A perícia chegou à escola por volta das 19h. Eles constataram dois disparos evidentes no corpo de Júlio César, um nas costas e outro na cabeça. O corpo foi retirado da escola por volta das 19h30 e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Formosa, que ficará responsável por produzir o laudo cadavérico. Os profissionais confirmarão quantos disparos atingiram o coordenador. O resultado será encaminhado ao GIH.
De acordo com o delegado Rafael Abrão, do Grupo de Investigação de Homicídios, o adolescente frequentava o turno matutino e teve problemas disciplinares com uma professora na manhã desta terça-feira (30). "Eles brigaram e, em certo momento, o jovem a agrediu verbalmente, xingando-a. O coordenador viu tudo e interveio, para proteger a educadora. Como o suspeito não se conteve, o docente disse que ia transferi-lo de escola, momento em que ele também o ameaçou o coordenador", detalha.
O jovem voltou por volta das 15h à instituição de ensino, vestindo o uniforme. Ele passou pelo portão e caminhou até a sala dos professores. Conforme apuração do GIH, houve uma breve discussão antes que o suspeito puxasse a arma e a apontasse à vítima.
"O primeiro disparo pegou na linha da cintura, nas costas. Em seguida, o aluno se aproximou do docente já caído e efetuou outro disparo, a curta distância, na cabeça dele", disse. Depois de cometer o assassinato, o garoto fugiu e não foi encontrado. "Agora, nossos esforços visam encontrá-lo", salienta o delegado Rafael Abrão.