Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 29/04/2019 21:12
;O que fica são duas famílias perdidas e destruídas. Somos diariamente atacados na internet por pessoas que nunca vimos;, essa foi a fala emocionada de José Wanilson do Rego Silva, pai do ex-policial militar Ronan Menezes Rego. O depoimento ocorreu durante o julgamento do homem, acusado pelo feminicídio de Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25 anos, e pela tentativa de homicídio contra Pedro Henrique da Silva Torres, 29.
José Wanilson ajudou Ronan logo após o acusado cometer os crimes. ;Ele me ligou desesperado, dizendo o que tinha feito. Em seguida, falou que se mataria. Só tentei convencê-lo do contrário, pedindo que pudéssemos nos encontrar para uma despedida. Foi assim que o acalmei, tirei a arma dele e entreguei ao oficial de dia do Batalhão;, detalhou.
Ainda no plenário do Tribunal do Júri de Ceilândia, José Wanilson negou que ajudou Jéssyka quando ela foi espancada por Ronan, cerca de duas semanas antes de ser assassinada.
;Eu nunca a vi nessa situação. Além do mais, se realmente tivesse presenciado essa agressão, ela não teria desistido e, por último, não a levaria para a UPA, mas para um hospital particular, porque ela era dependente do Ronan;, alegou o pai.
Questionado pelo promotor de Justiça Kleber Benício Nóbrega, o bombeiro da reserva disse que ;não acreditava que Ronan seria capaz de fazer isso (espancá-la)". "Eu não vi nada", garantiu.
Fila para assistar ao julgamento
O julgamento do ex-PM já dura mais de 10 horas. Pela manhã, .
Jéssyka Laynara foi morta com cinco tiros em casa, na QNO 15, em Ceilândia. O crime aconteceu em 4 de maio de 2018, na frente da avó dela e de um irmão. Depois de cometer a barbárie, o ex-militar seguiu para EQNO 2/4, onde tentou assassinar Pedro Henrique, na academia onde ele trabalhava.
Apesar de o crime ter quase um ano, Ronan Menezes só foi exonerado em março, após decisão publicada pelo Comando Geral da Polícia Militar Distrito Federal (PMDF).