Jornal Correio Braziliense

Cidades

Avó de Jéssyka passa mal durante julgamento de ex-PM acusado de matá-la

Juiz questionou se haveria necessidade de continuar interrogando a senhora, que não aparentava ter condições de responder, mas a defesa do ex-policial militar insistiu nas perguntas e a sessão teve pausa de 30 minutos

O julgamento do ex-policial militar Ronan Menezes do Rego, 28 anos, teve uma pausa por volta de 13h desta segunda-feira (29/4), após uma das testemunhas passar mal. Madalena, avó da vítima, se emocionou muito e não apresentou condições de responder aos questionamentos da defesa de Ronan, acusado pelo feminicídio de Jéssyka Laynara, 25, e pela tentativa de homicídio do professor de educação física, Pedro Henrique da Silva Torres, 29. A audiência segue em andamento desde a manhã desta segunda, sem previsão para chegar ao fim.

Nos poucos relatos que a senhora conseguiu dar, Madalena lembrou o que aconteceu no dia do crime e as últimas palavras da neta para ela: "Vó, me salva". O depoimento levou a família da vítima aos prantos em um dos momentos de maior emoção do julgamento. Sentindo falta de ar, a senhora não pôde continuar o testemunho. Neste momento, o juiz questionou à defesa do policial se haveria necessidade de continuar interrogando Madalena, mas os advogados de Ronan insistiram que era de "extrema relevância".

O juiz determinou uma pausa de 30 minutos, que acabou por volta de 13h30. O Ronan prestou depoimento vestido de branco e algemado, diferente do seu pedido, que era por estar de terno. O acusado não viu todo o depoimento de Pedro Henrique, que foi questionado sobre um possível caso com Jéssyka. Ronan também afirmou estar passando mal, e saiu do tribunal em um momento.

Enquanto o ex-policial militar esteve de fora, o professor de educação física era questionado pela defesa sobre mensagens trocadas com a vítima que poderiam induzir sobre um caso. A advogada Kelly Moreira chegou a perguntar: "Vocês dormiam juntos?", e ouviu uma resposta negativa de Pedro.
Pela defesa, ex-colegas de PM falaram sobre a atuação profissional do acusado. Ronan chorou ao ouvir os elogios. Os representantes do Ministério Público, no entanto, questionaram as testemunhas se Ronan poderia, de fato, ser um exemplo mesmo tendo usado a arma da corporação para o crime. As testemunhas fugiram da resposta.
O corpo jurados possui sete pessoas, dois homens e cinco mulheres. Vinte e cinco representantes da sociedade civil foram chamados, sendo que foram sorteados para compor o júri e dar a sentença. Foram programados os depoimentos de 10 testemunhas.