Levado da maternidade do Hospital Santa Lúcia em 21 de janeiro de 1986, Pedrinho só reencontrou os pais biológicos, Jayro Tapajós e Maria Auxiliadora Braule Pinto, 16 anos depois. Durante todo esse tempo, ele morou em Goiânia, com a sequestradora, Vilma Martins Costa, que se passava pela verdadeira mãe dele.
A Polícia Civil do DF descobriu o paradeiro do menino em agosto de 2002, quando, por meio de e-mail, um anônimo contou a história sobre um garoto nascido em Brasília e adotado por uma família goiana. Agentes receberam provas apontadas pela pessoa de que se tratava de Pedrinho, como fotografias e descrições do garoto.
[SAIBAMAIS] Em 7 de novembro, o Correio tornou pública a investigação sobre o adolescente morador de Goiânia. Faltava o DNA. O menino só doou material genético para o teste após uma troca de telefonemas com Jayro e a promessa da polícia que nada aconteceria com Vilma.
O resultado do exame foi divulgado na manhã de 8 de novembro, comprovando que Osvaldo Martins Borges era, na verdade, Pedro Rosalino Braule Pinto. O desfecho do caso virou notícia em todo o país e no exterior. Mas não significou o reencontro imediato do menino com os pais biológicos.
Em fevereiro de 2003, a Polícia Civil goiana confirmou, também por meio de DNA, que outro bebê levado de uma maternidade em Goiânia, 24 anos antes, havia sido criado por Vilma como filho verdadeiro dela. A menina que a ex-empresária registrou como Roberta Jamilly era Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, roubada em 1979.
O Tribunal de Justiça de Goiás decretou a prisão de Vilma em abril. Ela fugiu por 15 dias, até ser encontrada escondida na casa de uma amiga. No mesmo ano, Vilma recebeu a primeira sentença: oito anos e oito meses, em regime semiaberto por subtração de incapaz e registro falso de Pedrinho. Logo depois, foi condenada pelo rapto e registro de Aparecida.
No fim de 2003, Pedro se mudou para Brasília, onde, no ano seguinte, concluiu o ensino médio. Ele se formou em direito no UniCeub e, em 2012, se casou com a baiana Nábyla Gabriela Queiroz Galvão, com quem teve João Pedro e Isadora.
Vilma continua morando em Goiânia, com Roberta Jamilly, que, diferentemente de Pedro, não quis adotar o nome original nem viver com a mãe biológica (o pai morreu antes da filha ser encontrada). Nenhum dos personagens do caso Pedrinho quis dar declaração sobre o desfecho da investigação do bebê levado da porta do Hospital Regional do Gama, há 38 anos.