Alan Rios
postado em 25/04/2019 09:15
Após 38 anos, uma moradora de Brasília finalmente descobriu o paradeiro do filho recém-nascido roubado na porta do Hospital Regional do Gama. Graças a um longo trabalho de investigação e um exame de DNA, foi descoberto o paradeiro da criança, hoje um homem que vive em João Pessoa. Detalhes sobre a investigação e a situação de mãe e filho foram divulgados pela Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta quinta-feira (25/4).
Eram 11 de fevereiro de 1981, e Sueli Gomes da Silva tinha apenas 16 anos quando recebeu alta do hospital, após dar à luz dois dias antes. Ao sair da unidade de saúde, a adolescente, que vivia em um abrigo desde os 9 anos, foi orientada, por um casal de funcionários que a acompanhava, a ligar de um orelhão para a responsável pelo orfanato.
Sueli, hoje com 56 anos, deixou o bebê com a mulher e foi ao telefone. Quando retornou, o filho, Luís Miguel, já não estava mais com a mulher. À polícia, Sueli contou que, ao indagar sobre o que tinha acontecido com a criança, ouviu a ordem de ficar calada e se esquecer do menino. Ela tentou encontrar o filho durante muito tempo, mas não descobria nenhuma pista.
Agora, com a comprovação da identidade do filho, Sueli, que mora em Goiânia, conversou com ele pela primeira vez, por telefone, na quarta-feira (24/4). Ansiosa, ela planeja encontrá-lo pessoalmente o mais breve possível. "É uma história linda, com um final lindo", ela diz (leia entrevista com Sueli).
Eram 11 de fevereiro de 1981, e Sueli Gomes da Silva tinha apenas 16 anos quando recebeu alta do hospital, após dar à luz dois dias antes. Ao sair da unidade de saúde, a adolescente, que vivia em um abrigo desde os 9 anos, foi orientada, por um casal de funcionários que a acompanhava, a ligar de um orelhão para a responsável pelo orfanato.
Sueli, hoje com 56 anos, deixou o bebê com a mulher e foi ao telefone. Quando retornou, o filho, Luís Miguel, já não estava mais com a mulher. À polícia, Sueli contou que, ao indagar sobre o que tinha acontecido com a criança, ouviu a ordem de ficar calada e se esquecer do menino. Ela tentou encontrar o filho durante muito tempo, mas não descobria nenhuma pista.
Agora, com a comprovação da identidade do filho, Sueli, que mora em Goiânia, conversou com ele pela primeira vez, por telefone, na quarta-feira (24/4). Ansiosa, ela planeja encontrá-lo pessoalmente o mais breve possível. "É uma história linda, com um final lindo", ela diz (leia entrevista com Sueli).
Carta à polícia
Órfã e vítimas de abusos desde a infância, Sueli sofreu durante mais de 20 anos em silêncio com o roubo do filho. Em 2013, não mais uma adolescente assustada, ela tomou coragem para contar sua história à polícia. Escreveu uma carta à mão, contando tudo o que havia sofrido e denunciando o roubo do filho. "Ela já havia sofrido abusos e passado por muitas dificuldades no abrigo, e resolveu expor isso em um relato pessoal bem emocionado", diz o responsável pela investigação, delegado Murilo Freitas, da 14; Delegacia de Polícia (Gama).O depoimento esclareceu o que aconteceu naquele 11 de fevereiro. Sueli saiu do hospital acompanhada de dois funcionários do abrigo, um homem e uma mulher. Na porta da unidade de saúde, a funcionária se ofereceu para segurar o bebê e pediu para que ela fosse ao orelhão ligar para a dona do abrigo, uma mulher chamada Marta.
No telefonema, Marta foi ríspida com Sueli e disse que o bebê não poderia ficar mais no abrigo. Depois de perguntar sobre o filho à funcionária, a jovem ainda achou ter visto uma terceira suspeita, com um lenço na cabeça, dentro de um carro próximo ao HRG. Porém, não viu mais a criança.
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No telefonema, Marta foi ríspida com Sueli e disse que o bebê não poderia ficar mais no abrigo. Depois de perguntar sobre o filho à funcionária, a jovem ainda achou ter visto uma terceira suspeita, com um lenço na cabeça, dentro de um carro próximo ao HRG. Porém, não viu mais a criança.
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Inquérito deve ser arquivado
Segundo o delegado Murilo Freitas, desde o começo os investigadores achavam difícil que alguém fosse punido. Além de os crimes possíveis de ser imputados, como subtração de menor e registro do filho de outro como próprio, já teriam prescrito. Além disso, os envolvidos já morreram, apontaram as investigações.
Assim, o inquérito deve ser arquivado, uma vez que o paradeiro de Luís Miguel foi descoberto, após uma longa investigação, que durou seis anos. "Nós, da Polícia Civil, não podemos mudar o passado, mas podemos, com muito empenho e vontade, possibilitar um novo futuro", diz Freitas.
Assim, o inquérito deve ser arquivado, uma vez que o paradeiro de Luís Miguel foi descoberto, após uma longa investigação, que durou seis anos. "Nós, da Polícia Civil, não podemos mudar o passado, mas podemos, com muito empenho e vontade, possibilitar um novo futuro", diz Freitas.