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Cidades

Caso Jéssyka: ex-PM que assassinou a jovem será julgado na segunda-feira

O ex-policial militar será julgado no Tribunal de Ceilândia. Ele matou a ex-namorada na frente de familiares, em Ceilândia

O ex-policial militar Ronan Menezes do Rego será julgado, na próxima segunda-feira (29/4), pelo feminicídio da ex-namorada Jéssyka Laynara da Silva Sousa, 25 anos. O crime aconteceu na tarde de 4 de maio de 2018, na casa onde a vítima morava com a família, na QNO 15. Ele também foi indiciado pela tentativa de homicídio contra o professor Pedro Henrique da Silva Torres, 29, na academia onde ele trabalhava, na EQNO 2/4. O acusado cometeu a barbárie por não aceitar o fim do relacionamento com a jovem.
O julgamento de Ronan Menezes está marcado para as 9h, no Tribunal do Júri do Fórum de Ceilândia. O homem deve receber a sentença pelos crimes após oito meses. Apesar do tempo desde que cometeu o crime, o acusado só se tornou ex-policial militar em 7 de março deste ano, após decisão publicada pelo Comando Geral da Polícia Militar Distrito Federal (PMDF).
A Justiça convocará 25 representantes da sociedade, sendo que sete deles serão responsáveis por penalizar Ronan. Eles deverão proferir a sentença, assim como fixar a pena que o ex-militar deverá cumprir caso seja condenado pelo feminicídio de Jéssyka e pela tentativa de homicídio contra Pedro.
Os jurados deverão se comprometer, conforme juramento, a analisar os crimes de acordo com a própria consciência e justiça ; ou seja, sem que sejam influenciados por agentes externos. O juiz realizará a leitura da acusação de Ronan, para que os representantes tenham conhecimento específico de cada fato ocorrido no dia dos crimes. Em seguida, as 10 testemunhas de defesa vão apresentar as versões sobre o caso Jéssyka Laynara.
Desta vez, Ronan Menezes será interrogado. O Ministério Público fica responsável pelo debate e representação contra o ex-policial: o promotor de Justiça terá uma hora e meia para sustentar a acusação, em conjunto com o assistente de acusação (advogado da OAB) contratado pela família de Jéssyka. O mesmo tempo será proporcionado à defesa do homem. Haverá a réplica do promotor e tréplica da defesa, em um total de duas horas. Só então o júri popular saem do tribunal para análise dos fatos, realizam uma votação e, no plenário, dão a sentença.

Assassinada na frente da avó

A jovem Jéssyka Laynara morreu após ser executada com cinco tiros dentro de casa, no Setor O, onde estavam presentes a avó dela e um dos irmãos. Ronan Menezes é o acusado de ter assassinado a ex-companheira, por não aceitar o fim do relacionamento. Ele também disparou três vezes contra o personal trainer Pedro Henrique.
Depois de cometer as barbáries, Ronan fugiu. Ele foi preso na noite de 4 de maio, quando se entregou em um Batalhão de Polícia Militar de Ceilândia, onde ele trabalhava como policial. Agentes da 24; Delegacia de Polícia (Setor O) o detiveram em flagrante. Em audiência de custódia, a Justiça determinou que ele continuasse preso, para manter a segurança de Pedro e das testemunhas de defesa da vítima.
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Duas semanas antes de ser assassinada, Jéssyka Laynara enviou a uma amiga, mensagem de áudio e fotos de uma agressão cometida por Ronan. O material foi encaminhado à testemunha pelo aplicativo WhatsApp. A vítima disse que tinha sido espancada pelo ex-namorado.
"Ele me bateu muito, de espancar mesmo. Ele me deu uma coronhada que rasgou a minha cabeça. Sangrou tanto que eu coloquei uma fralda, que encharcou e começou a pingar. Tive de colocar uma toalha, para você ter noção. Eu fiquei coberta de sangue. Depois que ele viu que o corte não parava de sangrar, continuou me batendo. Foi tanto murro, tanto chute... Eu nunca apanhei tanto", disse a vítima na gravação.
Depois de compartilhar os momentos de terror, Jéssyka disse que os pais de Ronan a viram espancada e tomaram a iniciativa de levá-la ao hospital. No entanto, no caminho, ela voltou atrás e pediu para que voltassem para a casa do ex-policial militar. A jovem também pediu conselhos para a amiga. Todos acreditavam que a mulher, que havia passado no concurso dos bombeiros, vivia um relacionamento abusivo.
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Familiares, amigos, colegas e conhecidos de Jéssyka Laynara velaram o corpo dela juntos, em 6 de maio. Mais de 200 pessoas compareceram à cerimônia fúnebre, marcada pela imensa dor e indignação. Todos não conseguiam acreditar que a vida da jovem tivesse sido tirada tão cedo e de forma tão brutal. O velório e sepultamento aconteceram no cemitério de Taguatinga.

Em 10 de agosto, ocorreu uma audiência sobre o assassinato de Jéssyka, no Tribunal do Júri de Ceilândia. Numa manifestação em frente ao local, as pessoas pediram a pena máxima ao acusado. As testemunhas de acusação, como familiares e amigos da vítima morta, deram as versões à Justiça. Na ocasião, o ex-policial militar preferiu se manter em silêncio.
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